Na última quinta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro criticou os lucros da Petrobras. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que a estatal lucra com a pandemia de coronavírus. Segundo ele, outra alta nos preços dos combustíveis pode “quebrar o Brasil”.
De acordo com Jair Bolsonaro, os recentes lucros registrados pela estatal são “um estupro”. O presidente afirma que estes ganhos favorecem os estrangeiros — e quem paga a conta são os brasileiros.
Bolsonaro pediu que a Petrobras não aumente os preços dos combustíveis. Caso os valores aumentem novamente, o presidente alega que “o nome da Petrobras vai para a lama”.
“Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar mais os preços dos combustíveis”, apela Bolsonaro.
Após o conjunto de críticas, o presidente do Brasil reconheceu que se excedeu, e se desculpou à Petrobras. Ele destacou que não interferirá na estatal. “Eu não mando na Petrobras”, afirma.
Justificativa do presidente da Petrobras após críticas de Bolsonaro
No dia seguinte, sexta-feira (6), o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, defendeu que a atual política de preços da estatal se mantenha. Essa política acompanha as cotações internacionais do valor do petróleo e dos combustíveis.
A declaração do líder da companhia aconteceu em encontro com investidores e analistas, feita após a estatal divulgar os resultados do primeiro trimestre. No período, a Petrobras registrou lucro de R$ 44,561 bilhões. Este resultado foi 4.718,4% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Coelho argumentou que a política de preços de mercado é essencial para atrair investimentos para o Brasil — e também para assegurar as importações de derivados.
O presidente da petroleira afirmou que os investidores podem confiar suas aplicações à companhia. Segundo ele, há razão para ter orgulho da atual gestão da Petrobras.
O representante da Petrobras ainda lembrou que, em 2014, a estatal ficou com “dívidas impagáveis” devido a políticas de intervenção. De acordo com ele, conforme os resultados da empresa são melhores, os impostos são recolhidos à União de modo fortalecido.