“O clube do não”: mulheres são instruídas a rejeitar tarefas domésticas no trabalho; entenda

“The No Club” na tradução direta “O clube do não”, é um livro de autoria das acadêmicas Brenda Peyser, Laurie Weingart, Linda Babcock e Vesterlund. Entre as várias abordagens, a obra apresenta instruções sobre como rejeitar tarefas domésticas no trabalho. 

O livro é proveniente de uma série de encontros entre as autoras desde 2010. Neste período, diversos relatos a respeito do trabalho foram feitos, inclusive sobre a sobrecarga devido à quantidade de tarefas do escritório, somadas às tarefas domésticas designadas pelos superiores. 

Mas é importante explicar que o termo “domésticas” é usado apenas como uma caracterização velada do real motivo por trás desta denominação. Pois na realidade, tratava-se de tarefas consideradas fundamentais no mecanismo do local de trabalho, como a saída de um colega, organização de comitês, entrevistas de estagiários e muito mais. 

Porém, as autoras de “O clube do não”, não acreditavam ser designações com um diferencial real capaz de proporcionar evolução em suas carreiras. Na verdade, o efeito era contrário, dificultando o avanço das mulheres, tendo em vista o tempo precioso que elas consumiam, o qual poderia ser investido em tarefas significativas.

Foi então que elas decidiram formar “O clube do não” para ajudar cada uma a priorizar as tarefas mais relevantes e descartar aquelas consideradas insignificantes.

Após darem início a este hábito, notaram que era um problema generalizado. Um amplo grupo de mulheres era constantemente submetido a tarefas ordinárias em uma frequência maior do que os homens. 

Inclusive, há um trecho no livro que diz: “A principal explicação para esses fatores está na expectativa coletiva de que as mulheres, mais do que os homens, farão trabalhos não recompensados e não passíveis de promoção”. 

Em uma pesquisa, elas observaram que, independentemente do nível de qualificação, as mulheres passam, em média, duzentas horas a mais em trabalhos não “promocionáveis” em relação aos homens. O total apurado representa cerca de um mês de trabalho extra a improdutivo. 

Esta é uma das principais razões pelas quais o livro foca no aconselhamento às mulheres, para que saibam como ponderar se devem ou não recusar tarefas. Para isso, devem reunir todas as informações, solicitando tempo para a toma de decisão evitando se tornarem vítimas de bajulação. A formação de grupos de apoio também é recomendada.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.