Nordeste tem mais beneficiários do Auxílio Brasil do que pessoas de carteira assinada

Dados obtidos através dos registros no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram capazes de mostrar que, em quase metade dos estados brasileiros, o número de beneficiários do Auxílio Brasil supera a quantidade de pessoas com carteira assinada. Esta era a realidade em 12 das 27 unidades federativas, incluindo o Distrito Federal, no mês de fevereiro.

Nordeste tem mais beneficiários do Auxílio Brasil do que pessoas de carteira assinada
Nordeste tem mais beneficiários do Auxílio Brasil do que pessoas de carteira assinada. (Imagem: FDR)

No mês em questão, o país tinha 41,2 milhões de pessoas com carteira assinada, contra 25,9 milhões de trabalhadores informais. A comparação é feita considerando o número de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil e a quantidade de vínculos de trabalho formal durante o mesmo período. 

A análise mostra uma discrepância visível na quantidade de beneficiários do Auxílio Brasil nas regiões Norte e Nordeste. As regiões já são popularmente conhecidas por serem o reflexo da pobreza, desemprego e informalidade, resultando na alta dependência do dinheiro público e a necessidade de políticas de desenvolvimento econômico.

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Ao observar a série histórica, é possível notar uma piora no cenário em relação ao final de 2021, época em que o número de Estados brasileiros nesta situação eram apenas nove.

No Maranhão, 962,3 mil famílias foram amparadas pelo Auxílio Brasil em novembro, contra 526,2 mil pessoas com carteira assinada. No mesmo período, o Pará registrou 957,2 mil beneficiários contra 526,2 mil trabalhadores formais. 

Já em Alagoas, os dados apontavam o recebimento do Auxílio Brasil por 412,8 mil residentes locais, enquanto os registros de pessoas com carteira assinada no Caged eram de 375,3 mil.

Os dados mais recentes são referentes ao mês de fevereiro, mês em que o número de beneficiários no Maranhão teve um crescimento de 15%, passando para 1,11 milhão de famílias. Já o número de pessoas com carteira assinada permanece estagnado. 

Um movimento semelhante e no mesmo período foi identificado nos Estados do Pará e Alagoas, onde o número de famílias contempladas pelo Auxílio Brasil aumentou para 20% e 17%, respectivamente. Por outro lado, a quantidade de pessoas com carteira assinada não conseguiu acompanhar este cenário, permanecendo no mesmo ritmo. 

No entendimento de analistas, essas mudanças no cenário de beneficiários e trabalhadores têm relação direta à alta demanda de brasileiros em busca do Auxílio Brasil. Porém, o perfil de brasileiros à procura da transferência de renda não condiz com as características de elegibilidade do programa.

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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