Sexta-feira tensa: bolsa de valores cai quase 3%; saiba quais foram os motivos

Na volta do feriado de Tiradentes, a Bolsa de Valores brasileira teve desempenho negativo. No fechamento da última sexta-feira (22), o Ibovespa, principal índice da B3, caiu 2,86%, a 111.078 pontos. Este foi o quinto dia consecutivo de baixa no índice.

Sexta-feira tensa: bolsa de valores cai quase 3%; saiba quais foram os motivos
Sexta-feira tensa: bolsa de valores cai quase 3%; saiba quais foram os motivos (Imagem: Montagem/FDR)

No acumulado da última semana, o Ibovespa registrou queda de 4,39%. Esta foi a pior semana em seis meses, desde 22 de outubro de 2021. Na ocasião, o índice tinha apresentado recuo de 7,28%.

No mês de abril, as perdas chegam a 7,43%. Apesar disso, neste ano, o índice da bolsa de valores ainda acumula ganho de 5,97%.

Fatores que impactaram a bolsa de valores na última sexta (22)

O mercado continua na expectativa sobre um aumento mais forte dos juros nos Estados Unidos. Isso diante da escalada da inflação e um crescimento menor da economia global.

Na última quinta-feira (21), o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, declarou que a elevação nos juros de 0,5 ponto percentual estará “sobre a mesa” quando a entidade se reunir em maio.

O presidente do Fed ainda disse que seria apropriado “agir um pouco mais rapidamente”. A inflação vem registrando um patamar de aproximadamente três vezes acima da meta de 2% da autoridade monetária norte-americana.

Em meio à maior inflação em quatro décadas, essa declaração aumenta ainda as estimativas de que o Fed intensifique o aperto monetário. De acordo com a Reuters, o comentário de Powell fez com que o índice do dólar — contra uma cesta de fortes rivais — tocasse uma máxima em 25 meses.

Quando os juros dos Estados Unidos aumentam, os investimentos em renda fixa norte-americanos se tornam mais atrativos. Com isso, recursos tendem a entrar no país estrangeiro — e o dólar, por sua vez, tende a valorizar.

Já no Brasil, a política monetária também esteve no radar do mercado. o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, alegou que o Comitê de Política Monetária (Copom) estará apto a ajustar o nível de aperto monetário.

Isso aconteceria se existirem choques maiores choques inflacionários — ou mais persistentes do que o previsto.

Além disso, o mercado vem demonstrando apreensão sobre a área política entre os três poderes da República. A preocupação ocorre após o presidente Jair Bolsonaro conceder perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Este foi condenado, por ataques à democracia, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.