Anbima vai revisar certificações financeiras; confira o que pode mudar

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) anunciou alterações e novas diretrizes sobre as certificações financeiras. Entre outros objetivos, a revisão da arquitetura procura contemplar novos territórios e atividades não cobertas.

Anbima vai revisar certificações financeiras; confira o que pode mudar
Anbima vai revisar certificações financeiras; confira o que pode mudar (Imagem: Montagem/FDR)

A revisão da arquitetura das certificações financeiras deve afetar, em maior ou menor escala, a rotina de que ase meio milhão de profissionais já certificados.

Ao Valor Investe, o superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima, Marcelo Billi, afirma que também existe o objetivo de aproximar a entidade do público — que modificou bastante desde 2016.

O executivo explica que, atualmente, para obter a certificação, existem jovens a partir de 14 anos, profissionais que não precisam de certificação e procuram as provas para distinção, e também estudantes.

Estudo orientará a revisão de escopos das certificações da Anbima

A Anbima inicia a execução de um estudo amplo para identificar se os escopos das certificações compreendem esse novo panorama mais democrático do mercado de capitais local.

Hoje, a Certificação Profissional Anbima (CPA) está separada em: Série 10; Série 20; de Especialistas em Investimento; de Fundamentos em Gestão; de Gestores; e para Fundos Estruturados. A entidade considera que é necessário rever as titulações.

Isso porque o país vem incorporando soluções de mercados mais maduros — como uso de inteligência artificial para balancear carteiras —, ao mesmo passo que há uma rápida diversificação de agentes “dentro de casa” — com fintechs, assets e plataformas de investimentos independentes por bancos tradicionais.

Para a revisão, estão na primeira fase desse estudo o perfil e a estrutura da distribuição de investimentos, e quais são as funções dos agentes do mercado (“job analysis”).

O executivo afirma que existe o intuito de realizar entrevistas com profissionais e instituições — para identificação de ‘hard e softskills’ precisas para trabalhar em cada cenário. Para validar as informações, também há a ideia de realizar testes com grupos qualitativos.

Validação da certificação da Anbima também deve passar por mudança

Já foram estabelecidas as diretrizes para orientar essas alterações sobre as certificações. Estão inclusos o aumento da oferta e a frequência de ações educacionais à distância, e promover contínuo aprendizado — via cursos constantes e mais curtos que levem a uma rápida atualização.

Para isso, a entidade aposta em agenda de cursos para o ano, que já foi lançada. A Anbima também planeja potencializar a já disponível plataforma de estudos. Desde o início da pandemia de coronavírus, o acesso à plataforma se tornou gratuito.

O executivo alega que “esse será o canal permanente de educação continuada. Desse modo, existirá conteúdo de todas as alterações do mercado oferecido de forma acelerada para a atualização durante a carreira — e não somente próximo do prazo de revalidação da certificação.

Isso deve diminuir a validade da certificação. Atualmente, na maioria das licenças, a validade é de 5 anos para profissionais com vínculo. Para quem ainda não atua na área, o tempo atual é de 3 anos.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.