INSS: entenda tudo sobre as novas regras para concessão de benefícios

Pontos-chave
  • INSS atualiza normas de concessão dos benefícios previdenciários;
  • Medida visa reduzir fila de espera da autarquia;
  • Advogados previdenciários criticam mudança repentina.

Visando reduzir a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que hoje reúne mais de dois milhões de benefícios aguardando a análise que irá resultar na concessão ou rejeição, o instituto publicou uma Instrução Normativa. A IN consiste em um conjunto de novas regras que serão consideradas durante a liberação de benefícios como:

INSS: entenda tudo sobre as novas regras para concessão de benefícios
INSS: entenda tudo sobre as novas regras para concessão de benefícios. (Imagem: FDR)
  • Aposentadorias;
  • Pensões;
  • Benefícios assistenciais;
  • Benefícios sociais;

A iniciativa do INSS vem de encontro ao aumento exponencial da fila de espera para a análise e concessão dos benefícios, que já soma 2,85 milhões de requerimentos. Para se ter uma noção da amplitude da composição da fila de espera, ela se equipara à população da capital baiana, Salvador, a quarta cidade mais populosa de todo o Brasil.

Fila de espera do INSS 

Do total de requerimentos na fila de espera do INSS (2,85 milhões), 964,5 mil correspondem a benefícios por incapacidade. Isso quer dizer que, antes que possam ser liberados é preciso que os segurados sejam submetidos à perícia médica.

O procedimento obrigatório que será capaz de atestar a veracidade da condição incapacitante alegada e assim, justificar a necessidade de recebimento do recurso financeiro. 

Contudo, este cenário é ainda mais grave, tendo em vista que nestes 2,85 milhões não são contabilizados os pedidos referentes a outras filas. É o caso do Conselho de Recursos da Previdência Social, de revisão e manutenção de benefícios e de certificado de tempo de serviço. 

Regulamento atualizado do INSS

A IN foi publicada em edição do Diário Oficial da União (DOU) do final do mês de março, dispondo de regras e esclarecimentos sobre os direitos dos segurados e demais procedimentos internos da autarquia. A iniciativa tem o objetivo de dar um norte ao trabalho dos servidores, equilibrando as demandas e agilizando os atendimentos. 

As principais alterações feitas abrangem as normas de concessão de benefícios de acordo com os novos entendimentos e mudanças no decorrer dos anos. Vale mencionar que também foram publicadas outras dez portarias de apoio abordando os seguintes temas:

  • Cadastro;
  • Benefícios;
  • Manutenção de benefícios;
  • Processo administrativo previdenciário;
  • Acumulação de benefício;
  • Acordo internacional;
  • Recurso;
  • Revisão;
  • Compensação previdenciária;
  • Reabilitação profissional.

O INSS ainda alegou que, “além de reduzir o estoque de benefícios que aguardam análise e simplificar procedimentos rotineiros, a nova IN e as portarias visam fortalecer a segurança jurídica dos processos, já que trazem transparência aos direitos dos cidadãos”.

Objetivo das novas normas do INSS

Segundo o INSS, a nova documentação tem o papel de atualizar uma série de critérios visando a administração, reconhecimento, manutenção e revisão dos direitos dos beneficiários do INSS. O documento é regido por centenas de atos esparsos revogados pelo decreto federal nº 10.139, de 2019. 

Na prática, o novo texto substitui a IN 77, de 2015, além de incorporar as mudanças impostas pela Reforma da Previdência homologada em 2019 por meio da Emenda Constitucional nº 103, de 2019. 

Críticas à nova regulamentação do INSS

Advogados especializados em direito previdenciário evidenciam as dificuldades em se adaptar a tantas novas normas em tão pouco tempo, embora reconheçam que a IN promove pontos negativos e positivos, além da possibilidade de elevar a busca do segurado pelo Judiciário para que os direitos sejam reconhecidos. 

Outra crítica à atual regulamentação do INSS consiste na falta de acesso da população ao Portal IN, que reúne resumos que possibilitam o entendimento das mudanças com facilidade. Na oportunidade, a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, diz que isso fere o princípio da publicidade.

“Pois todos os atos da administração devem ser públicos e transparentes, não fazendo nenhum sentido limitar o acesso a estes instrumentos, que tutelam direitos coletivos e/ou individuais”, declarou.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.