‘Saldão’ de Fundos Imobiliários: investimentos estão 30% abaixo do valor de patrimônio; entenda

Pontos-chave
  • O valor de mercado dos FIIs não acompanha o valor patrimonial;
  • Pessoas físicas são os maiores investidores de fundos imobiliários;
  • A indústria de FIIs movimentou bilhões em março.

Em fevereiro, o patrimônio líquido dos fundos imobiliários totalizou R$ 174 bilhões. Já o valor de mercado dos FIIs encerrou o período em R$ 134 bilhões. Isso representa uma diferença de 29,85%. Os números fazem parte do boletim mensal de FIIs da B3.

‘Saldão’ de Fundos Imobiliários: investimentos estão 30% abaixo do valor de patrimônio; entenda
‘Saldão’ de Fundos Imobiliários: investimentos estão 30% abaixo do valor de patrimônio; entenda (Imagem: Montagem/FDR)

Em dezembro de 2021, em valor patrimonial, a indústria de FIIs tinha registrado um recorde de R$ 167 bilhões. Apesar disso, mesmo que o valor desses ativos tenha subido, o valor de mercado não vem acompanhando. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o valor de mercado totalizada R$ 138 bilhões.

Ainda conforme o boletim mensal da B3, em fevereiro, o mercado de FIIs possuía 706 fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por outro lado, os fundos listados somavam 411.

Número de investidores de fundos imobiliários

Na indústria de fundos imobiliários, segue uma predominância de investidores pessoas físicas. Em março, houve um aumento de 25.789 investidores nessa indústria. No mês, o ranking de investidores foi dividido dessa forma:

  • Pessoas físicas: 1.619.278
  • Pessoas jurídicas não financeiras: 3.378
  • Outros: 3.382
  • Investidores institucionais: 2.334
  • Não residentes: 128
  • Instituições financeiras: 34

Participação por tipo de investidor

Nos dois últimos meses, a participação de pessoas físicas, na base de investidores de FIIs, aumentou de 73,5% para 74%. Os investidores institucionais possuem participação de 19,6%. O ranking ficou desse modo:

  • Pessoas físicas: 74,0%
  • Investidores institucionais: 19,6%
  • Investidores não residentes: 4,9%
  • Outros: 0,9%
  • Instituições financeiras: 0,6%

Com relação ao volume negociado, a participação de pessoas físicas apresentou queda de 67,6%, em fevereiro, para 67,5%, em março. A participação por volume negociado em março ocorreu dessa forma:

  • Pessoas físicas: 77,5%
  • Investidores institucionais: 22,6%
  • Investidores não residentes: 8,0%
  • Instituições financeiras: 1,0%
  • Outros: 0,8%

Negociações de fundos imobiliários

Em março, a indústria de FIIs movimentou R$ 5,4 bilhões. No mês anterior, volume tinha sido de R$ 4,4 bilhões — o que representou o menor patamar desde novembro de 2020.

Desde o começo deste ano, a indústria de fundos imobiliários movimentou R$ 14,9 bilhões. Já no ano passado, os FIIS totalizaram um recorde de R$ 66,5 bilhões negociado ao longo dos meses.

Ao considerar o volume diário de negociações (ADTV, na sigla em inglês), houve uma movimentação média de R$ 247 milhões em março. Neste ano, este volume está em R$ 241 milhões.

Índice de fundos imobiliários (Ifix)

O boletim da B3 comparou a performance do Ifix com outros indicadores relevantes do mercado de ações. Em março, o índice dos fundos imobiliários registrou alta de 1,4%. No mesmo período, o Ibovespa apresentou alta de 6,1%.

Ao considerar o desempenho nos últimos 12 meses, o Ifix apresentou queda de 2,3%. Por outro lado, o principal índice da bolsa de valores brasileira teve valorização de 2,9%.

Levando em conta somente os três primeiros meses deste ano, o índice dos fundos imobiliários registrou perda de 0,3%. Já o Ibovespa subiu 15,5%.

O índice de fundos imobiliários teve desempenho abaixo do Ibovespa recentemente
O índice de fundos imobiliários teve desempenho abaixo do Ibovespa recentemente (Imagem: Montagem/FDR)

Fundos imobiliários mais rentáveis

A B3 separou os FIIs mais rentáveis conforme a variação mensal do preço de fechamento da cota ao longo do período analisado. Em março, estes foram os principais fundos imobiliários:

  1. Brazilian Graveyard FII-Unica (CARE11): variação de 45,3%
  2. Newport Renda Urbana FII-Classe Un (NEWU11): variação de 24,2%
  3. Inter Titulos Imobiliarios FII-Unica (BICR11): variação de 22,3%
  4. FII-FI Im-Unica (NPAR11): variação de 12,4%
  5. FII Pedra Negra Renda Imobiliaria (FPNG11): variação de 11,4%
  6. Polo FII Recebiveis Imobiliarios I (PLRI11): variação de 10,4%
  7. Hedge Brasil Shopping FII-Unica1 (HGBS11): variação de 8,4%
  8. FII Centro Textil Internacional (CTXT11): valorização de 7,3%
  9. FII Xp Log (XPLG11): valorização de 6,9%
  10. FII Agencias Caixa (RBVA11): valorização de 6,9%

Considerando a variação do preço de fechamento nos últimos 12 meses até março deste ano, estes foram os destaques:

  1. Singulare Fundo de Investiment-Unica (REIT11): variação de 81,3%
  2. Alianza Fof FII-Unica (AFOF11): variação de 55,3%
  3. Polo FII Recebiveis Imobiliarios I (PLRI11): variação de 45,8%
  4. Brazilian Graveyard FII-Unica (CARE11): variação de 45,7%
  5. FII BB Renda de Papeis II (RDPD11): variação de 27,4%
  6. Valora Hedge Fund FII-Unica (VGHF11): variação de 27,2%
  7. Even Permuta Kinea FII Fundo de Invest (KINP11): variação de 25,1%
  8. General Shopping e Outlets do -Unica (GSFI11): variação de 24,2%
  9. CSHG Prime Offices FII-Unica (HGPO11): variação de 24,2%
  10.  Hsi Renda Imobiliaria FII-Única (HSRE11): variação de 22,5%

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.