Geração Z vive o desafio de iniciar a carreira na pós-pandemia

O período pós-pandemia é desafiador para todo mundo, para a geração Z pode ser ainda mais. Com cerca de um bilhão de jovens mundo afora, boa parte deste grupo está iniciando a vida profissional em um cenário ainda em construção.

A chamada Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) tem cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo; no Brasil a estimativa é que este número chegue a 23 milhões de pessoas.

O grande desafio desses jovens atualmente é ingressar no mercado de trabalho em um mundo pós-pandêmico em que ainda não há um cenário de fato estabelecido.

Geração Z pós-pandemia

Para Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP, empresa líder global em soluções de gerenciamento de folha de pagamento e gestão de capital humano, o desafio está mais nas empresas se adaptarem a esses profissionais do que o contrário.

“Para começo de conversa, eles nasceram quando já havia telefone celular. O mundo deles é um mundo conectado. Isso faz parte de sua formação profissional. A Geração Z pode se relacionar mais facilmente com o local de trabalho digital do que suas antecessoras. Plataformas de comunicação como Teams ou Webex estão integradas ao seu cotidiano. O desafio maior está no uso de laptops (como normalmente se faz em um ambiente de escritório). Para eles, isso pode parecer um pouco antiquado”, analisa.

Muitos desses jovens já se formaram e fazem parte de empresas.

Mas, nunca foram aos escritórios por conta da pandemia, para eles o desafio é se familiar com os rituais, símbolos, fluxos e práticas das empresas.

Uma pesquisa recente, realizada pela ADP Research Institute, em 17 países, de quatro continentes diferentes, mostrou como esta geração está menos resiliente às mudanças.

Quando observado o impacto da pandemia no otimismo dos trabalhadores foi na Geração Z onde o efeito foi mais acentuado, passando de 93% para 83%, contra a variação de 92% para 86% dos demais trabalhadores.

Outro aspecto a ser considerado é o ritmo de tomada de decisões dessa geração.

“Trata-se do que o psicólogo Jean Twenge chamou de ‘estratégia de vida lenta’. É uma forma de adaptação cultural. As coisas que um adolescente da Geração Z pode estar fazendo hoje são bem diferentes em termos cronológicos do que as gerações anteriores, como tirar a carteira de motorista ou ter seu primeiro emprego. A geração Z geralmente tende a ter menos responsabilidades fora de casa e, provavelmente, será menos independente economicamente por mais tempo do que outras gerações da mesma idade. Tudo isso foi agravado pela pandemia”, afirma Mariane.

Mas a Geração Z também tem muito a oferecer; essa sua familiaridade com tecnologia é algo a ser valorizada pelas empresas.

Para saber mais sobre vagas de emprego, vestibulares e cursos, acompanhe a editoria de Carreiras do FDR.

Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.