Pela nova vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic. Dessa vez, a taxa básica de juros aumentou de 10,75% para 11,75%. Após nova alta da Selic, os brasileiros estão repensando investimentos.
Segundo levantamento do C6 Bank e do Ipec, desde quando começou o ciclo de alta da Selic, em março do ano passado, 60% dos investidores repensaram suas aplicações. A pesquisa foi realizada com 2 mil pessoas, com acesso à internet, das classes A, B e C.
Ao Valor, o educador financeiro do C6 Bank, Liao Yu Chieh, informa que o aumento da Selic proporciona uma oportunidade positiva de rendimento em renda fixa — para quem não quer ou não pode se sujeitar à volatilidade da renda variável.
O especialista argumenta que o brasileiro tende a preferir renda fixa porque ouviu ou lembra do período inflacionário das décadas de 1980 e 1990. Outro motivo citado é que o mercado de capitais local amadureceu mais tarde em comparação a outras nações mais desenvolvidas.
Conforme perspectivas do mercado financeiro, a Selic deve manter o ciclo de alta nos próximos meses. Existe a previsão de que os juros aumentem, em maio, para 12,5%. Já em junho, os analistas preveem que a taxa básica de juros deve progredir para 12,75%. Este patamar deve se manter até o final deste ano.
O que fazer com os investimentos após nova alta da Selic
De acordo com especialistas consultados pelo Valor, para quem deixar o dinheiro investido por até um ano, até mesmo títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, fundos simples, e CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) que rendem a partir de 100% darão bons retornos.
Já para quem puder deixar valores por mais de um ano — e tiver mais apetite ao risco —, pode ganhar mais com títulos prefixados e atrelados à inflação. Apesar disso, para receber o retorno estabelecido, a pessoa deve estar disposta a resgatar a quantia somente na data de vencimento.
Os especialistas ainda aconselham adquirir, agora, títulos de curto prazo. Isso porque o panorama está muito incerto. Esses papéis podem ser prejudicados com a volatilidade do mercado acima do comum antes da data de vencimento.