Nesta quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 10,75% para 11,75%. Este é o maior nível da taxa básica de juros desde abril de 2017, quando havia chegado a 12,25%.
A decisão do Copom já era prevista por economistas. Esta foi a nova alta consecutiva da taxa Selic. O movimento começou em março do ano passado, quando os juros estavam na mínima histórica de 2%.
Para realizar o novo aumento nos juros, o Copom se baseou em fatores externos e interno. Na perspectiva global, houve deterioração por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia. Este conflito fez com que ocorresse um aperto considerável das condições financeiras e alta de incerteza sobre o cenário econômico global.
Já no panorama local, a inflação à população continuou surpreendendo negativamente. O Copom informou que a surpresa aconteceu tanto nos componentes mais voláteis quanto nos itens associados à inflação subjacente.
O Comitê apontou que, na próxima reunião, deve aumentar a Selic em 1 ponto percentual. Contudo, se houver necessidade, poderá haver revisão do ritmo do aperto monetário.
Segundo previsões de analistas do mercado financeiro, a taxa básica de juros deve continuar em alta nos próximos meses. Há a projeção de que a Selic aumente para 12,5% no início de maio.
Já em meados de junho, analistas estimam que os juros chegarão a 12,75%. A estimativa é de que este nível se mantenha até final deste ano.
Impactos para o mercado após a alta da Selic
O Banco Central aumenta a taxa Selic com o objetivo de controlar a inflação oficial, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, a inflação chegou a 10,54%. Ainda foi registrado o maior nível para o mês desde 2015.
Ao aumentar a taxa básica de juros, o crédito se torna mais caro. Com isso, há desestímulo de produção e consumo — e estimulo de investimentos atrelados à Selic.
Como resultado da menor demanda, os aumentos nos preços tendem a ser controlados. Apesar disso, juros maiores podem retardar a retomada da atividade econômica.