Planos de saúde e serviços financeiros lideram reclamações; confira dicas para evitar problemas

Pontos-chave
  • Consumidores tem mais problemas com planos de saúde
  • Grande parte das queixas são sobre reajustes abusivos
  • Serviços financeiros e outros serviços fecham o ranking

Uma pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) mostrou que problemas ligados aos planos de saúde aumentaram novamente e começaram a ocupar o primeiro lugar no ranking de reclamações e atendimentos em 2021.

Considerando todas as reclamações registradas pelo instituto, cerca de um terço delas, 24,9%, são referentes a planos de saúde. Logo depois, aparecem os serviços financeiros (21,5%), demais serviços (11,9%), problemas com produtos (8,7%) e telecomunicações (8%).

A maior reclamação a respeito dos planos de saúde são referentes aos reajustes abusivos, com 27,4% do total. Grande parte delas eram sobre planos de saúde coletivos, que não são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Outra reclamação é referente a negativas de cobertura pelos planos, com 16,2%.

Sobre os serviços financeiros, grande parte das queixas são relativas a cobranças indevidas, correspondendo a 21% do total de reclamações sobre o problema. Na sequência aparecem queixas sobre falhas de informação (15,8%) e renegociação de dívidas (13%).

Fechando o ranking, aparecem dúvidas e reclamações ligadas a outros tipos de serviço. Entre os problemas mais recorrentes estão contratos (17%), vício de qualidade no serviço prestado (14,5%) e cobrança indevida (13%).

Dicas para evitar problemas 

Na semana do Consumidor, o Idec deu dicas de como evitar problemas com operadoras de saúde e bancos.

Sobre saúde suplementar, o Idec aconselha que os clientes prejudicados por conta de aumentos abusivos em seu plano de saúde, peçam uma revisão das cláusulas relativas a reajustes junto a operadora, pedindo que as regras sejam mais claras. O cliente também pode registrar uma reclamação na ANS.

Após formalizar sua reclamação junto à operadora, ainda é direito do consumidor ir até o Procon ou fazer uma reclamação no site. 

Caso nada disso dê resultado, o cliente deve recorrer a Justiça através do Juizado Especial Cível. Em caso de ações acima de 20 salários mínimos será exigida a contratação de um advogado.

Já no caso de serviços financeiros, o consumidor é orientado a observar se o boleto de pagamento das contas não é falso e conferir se todos os dados estão certos. 

Outra dica importante é a de sempre manter o antivírus do computador atualizado e proteger bem as senhas bancárias. O Idec orienta que os consumidores não devem usar o celular de terceiros para realizar consultas bancárias e não deixar e-mails abertos no celular.

Por fim, para evitar problemas com serviços, é aconselhado que os consdudores sempre pesquisem a empresa antes e observem se ela tem boas avaliações em sites de atendimento ao consumidor. 

Sobre contratos com empresas, todas as cláusulas devem estar escritas de maneira  clara e compreensível e contendo informações a respeito de qual serviço será prestado, o prazo, as garantias, a forma de pagamento e como os problemas que podem aparecer serão solucionados. Se a empresa vier a decretar falência após a assinatura do contrato e não tenha prestado o serviço, o consumidor deve entrar com uma ação judicial para tentar recuperar o prejuízo.

O que diz os citados 

A Agência Brasil procurou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que disse que os bancos estão trabalhando para diminuir ao máximo as queixas dos clientes.

Disse ainda  que este trabalho prevê a adequação de produtos e serviços ao perfil e as necessidades dos clientes, diálogo contínuo com os órgãos de defesa do consumidor para corrigir  condutas e prevenir conflitos de consumo, e ainda uma relação mais transparentes com o consumidor, o fortalecimento da autorregulação e a atenção especial aos mecanismos de atendimento como os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs) e ouvidorias.

A Febraban disse ainda que muitos consumidores resolvem recorrer aos órgãos de defesa do consumidor ou ao Banco Central antes de procurar os próprios bancos para resolver alguma pendência. 

Porém, a federação afirma que os SACs ( Sistema de Atendimento ao Consumidor) e as ouvidorias são capazes de resolver problemas e este fato teria sido comprovado através de um m indicador interno dos bancos.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.