Santander fará empréstimos lastreados em tokens; saiba como vai funcionar

O Santander lançou na Argentina, uma nova modalidade de empréstimo com garantia de commodities tokenizadas na blockchain, como milho, soja e trigo. O banco explicou através de um comunicado, que a novidade é resultante de uma parceria com a Agrotoken, empresa que concebeu a primeira infraestrutura global de tokenização de agrocommodities.

O serviço até o momento estava passando por um teste piloto com produtores argentinos como forma de validar de maneira técnica e operacional o funcionamento do produto. A partir de agora, ele já pode ser contratado pelo público em geral que poderá usar sua produção como garantia. Para cada token emprestado, haverá uma tonelada de grãos entregue pelos produtores.

Todas as toneladas serão validadas através de PoGR (prova de reserva de grãos, em inglês), um sistema que o Santander garante que é “transparente, seguro, descentralizado e auditável”. A infraestrutura é multi-chain e usará tecnologias do Ethereum, Polygon e Algorand, a depender de cada caso de uso.

Ao emprestarem seus ativos digitais, os produtores podem utilizá-los para efetuar diversas operações. O valor dos ativos será determinado através de três índices de preços definidos pelo Grupo Matba Rofex e que refletem o preço dos grãos em tempo real.

É esperado que ao longo dos próximos seis meses, mil agricultores argentinos recebam empréstimos através do novo serviço oferecido pelo Santander, segundo o que cofundador da Agrotoken, Ariel Scaliter, disse ao CoinDesk.

Segundo o executivo, o novo serviço estará disponível no Brasil no mês de junho e nos EUA no fim deste ano.

De acordo com o Santander, foram realizadas desde o início deste ano várias operações que confirmam a usabilidade de criptoativos na troca de vários  tipos de insumos.

“Junto com o Santander, estamos cocriando diversos produtos financeiros para oferecer aos produtores agrícolas um serviço com o qual eles possam acessar de forma fácil e tranquila um novo sistema de crédito lastreado em seus grãos”, disse Eduardo Novillo Astrada, CEO & Cofundador da Agrotoken em nota para o CoinDesk.

Segundo o diretor, este serviço possui muitos marcos, já que é a primeira vez que o um banco liga  tokens de produtos agrícolas a produtos financeiros.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.