Rússia x Ucrânia: problemas no mercado de fertilizantes pode trazer sérios impactos para o Brasil

O agronegócio do Brasil é dependente de fertilizantes da Rússia e Bielorrússia. Os dois países são aliados no conflito com a Ucrânia e juntos são o o maior fornecedor deste tipo de produto para nosso país. 

O valor dos fertilizantes devem crescer no curto prazo diante da guerra e das restrições colocadas aos países envolvidos, o que irá se refletir no setor. Segundo o Bradesco BBI, este aumento é equivalente a uma porcentagem entre 15% e 35% nos custos operacionais para os agricultores, o que pode encarecer os preços dos produtos agrícolas.

Porém, o Bradesco conseguiu identificar empresas brasileiras que conseguirão se beneficiar no curto prazo com as altas inevitáveis das commodities como reflexo do conflito, ao passo que outras nem tanto.

Entre as empresas que se beneficiarão no curto prazo, estão a produtora de grãos e algodão SLC Agrícola, a varejista de matérias-primas agrícolas 3Tentos, a produtora de açúcar e etanol São Martinho e a processadora de arroz Camil Alimentos . As empresas citadas irão se beneficiar já que os preços das commodities produzidas por elas também crescem em decorrência da Rússia e da Ucrânia serem produtoras de grãos.

Porém, caso os altos preços dos fertilizantes venham a se prolongar por um período maior, algumas empresas agro também podem ter reflexos negativos, de acordo com uma análise recente da Ativa, que citou SLC e Brasil Agro.

“Vale lembrar que a volatilidade dos fertilizantes não costuma ter efeito de curto prazo no resultado dessas empresas, uma vez que elas costumam fazer a compra desses produtos com bastante antecedência. Atualmente, empresas como a SLC Agrícola e a Brasil Agro só teriam seus resultados significativamente impactados por essa volatilidade caso ela persistisse por um período mais longo”, dizia a análise feita pela Ativa divulgada pelo InfoMoney.

Ainda segundo a corretora, se a situação foi resolvida até o fim de 2022, este risco para o mercado de fertilizantes pode não se realizar.

Por fim, de acordo com o Bradesco BBI, entre as empresas prejudicadas, que possuem maior exposição aos custos de commodities, estão a fabricante de biscoitos e massas M.Dias Branco (MDIA3), alimentos processados BRF e a cervejaria Ambev.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.