Fique esperto com o novo golpe envolvendo NFT’s que está circulando pela internet. Golpistas compram arte digital para revender como token não fungível sem autorização do artista.
Os comerciantes de NFT’s têm aplicado golpes em ilustradores que costumam vender suas artes digitais. Foi o que quase aconteceu com Gabriel Lima, ilustrador digital que desconfiou da abordagem do cliente que iniciou o contato pelo Instagram pedindo 200 desenhos de girafas. Segundo Gabriel, a mensagem também pedia para que as girafas tivessem pequenas diferenças em cada desenho, como adereços distintos.
Desconfiado, Gabriel então perguntou sobre o uso das artes e a princípio não obteve resposta do cliente. Ao insistir, o artista confirmou suas suspeitas, se tratava de uma tentativa de produção de NFT. O artista revelou ainda que tem recebido pedidos semelhantes, mas que no caso relatado o cliente omitiu o propósito da encomenda que seria transformada em NFT’s.
Como funcionam as NFT’s
Os NFT’s, possuem certificados que garantem a autenticidade aos arquivos digitais. Uma arte que é transformada em um token não fungível recebe um código que a diferencia de possíveis reproduções, tornando-a única e possibilitando assim a sua venda.
Esses tipos de tokens contam com a tecnologia blockchain e somente no ano de 2021 movimentaram US$ 25 bilhões, de acordo com a startup DappRadar.
A possibilidade de criar obras em NFT’s dá ao artista a chance de aumentar seus ganhos financeiros através da venda de cópias digitais de suas criações, dando ao artista a gestão de sua arte e da comercialização da mesma no ambiente digital. O novo golpe tira além do lucro do artista, o reconhecimento do seu trabalho.
Comércio de NFT’s e direitos autorais
A lei 9610/1988 assegura que a reprodução de qualquer propriedade intelectual apenas pode ocorrer mediante a autorização prévia e expressa de seu autor, salvo as raríssimas exceções.
Ao colocar um certificado de NFT em uma obra sem o conhecimento e permissão do artista, é uma infração à lei dos direitos autorais. Para Gabriel Lima, a solução encontrada foi a delimitação do uso de sua arte por meio de contrato entre artista e cliente.