Com crescimento dos carros elétricos, como investir em empresas do setor na bolsa?

Cada vez mais o mercado de eletrificação de veículos estão ganhando cada vez mais força no país e isso não se restringe apenas a indústria. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o emplacamento de carros elétricos em janeiro cresceu 93% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Pensando nisso, as empresas de segmentos diversos da bolsa de valores brasileira passaram a firmar negócios acompanhando este movimento.

Nos últimos meses, a Movida (MOVI3) comprou unidades com motores elétricos para sua frota de aluguel, a Vibra Energia (VBBR3) fez uma parceria com a startup de eletromobilidade. Já a Estapar (ALPK3) negociou parceria em recarga de baterias de veículos elétricos, a Ambev (ABEV3) comprou caminhões elétricos e a WEG (WEGE3) e a Neoenergia (NEOE3) fecharam acordo para recarga de carros elétricos no Brasil.

De acordo com entrevista realizada pelo Invest News, o  analista de research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, explica que, mesmo com a eletrificação da frota no Brasil ainda ser tímida, esse movimento por parte de empresas tende a aumentar.

Eletrificação da frota x infraestrutura e tecnologia

Segundo um levantamento realizado pela consultoria EY, apontam que uma série de fatores aceleraram a queda dos motores convencionais em diversos países do mundo.

Dentre eles, as novas tecnologias de baterias para os motores, mudanças nos hábitos do consumidor e incentivos públicos em diversas nações para adoção de tecnologias não poluentes.

O que colaborou para essas mudanças foi a pandemia causada pelo novo coronavírus. O estudo aponta que as pessoas antes deste período estavam dispostas a substituir o automóvel por outras formas de mobilidade, como o compartilhamento e o transporte público, estão reavaliando sua posição após a covid-19 e agora planejam adquirir ou manter o automóvel individual. 

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o mercado de veículos eletrificados no Brasil entrou em 2022 em ritmo forte, com 2.558 emplacamentos em janeiro ante os 1.321 realizados no mesmo mês do ano passado. Hoje, são mais de 5 mil veículos 100% elétricos em circulação no Brasil.

Pontos de atenção

Os avanços dos carros elétricos no país é um movimento novo e desconhecido, sempre há risco sobre o futuro dos negócios, bem como seus impactos para as companhias.

Perspectivas

Na 22ª edição da “Pesquisa Executiva Anual do Setor Automotivo Global 2021”, da KPMG, foram perguntados para 1.118 executivos em 31 países no qual é a porcentagem estimada de vendas de veículos novos alimentados por bateria, excluindo híbridos, dentro de cada mercado, até 2030. 

Em média, eles disseram que os veículos elétricos representarão metade do mercado automotivo no Japão, na China, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental e cerca de 40% no Brasil e na Índia.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), os veículos eletrificados poderão representar até 62% da frota de carros do país em 2035.

Bolsa de Valores

O avanço da eletrificação de veículos no país e seus possíveis reflexos para as empresas do setor de energia elétrica listadas na bolsa de valores, por conta da necessidade de carga de veículos.

De acordo com Sanchez, analista da Terra Investimentos, ainda não é possível determinar um impacto relevante para empresas do setor, principalmente dentro do curto prazo.

As empresas de energia elétrica, possuem muitas coisas e precisam de atenção como o operacional da companhia, o financeiro, a capacidade de fazer investimentos, bem como seu caráter regulatório.

Considerando as empresas do setor, Tiglia aponta que o impacto do crescimento do segmento de carros elétricos para as transmissoras é nulo, pois elas são remuneradas pela disponibilidade de suas linhas e não pelo volume de energia transmitida.

As geradoras e distribuidoras são beneficiadas pelo aumento de demanda de energia elétrica necessário para recarregar os carros e pela necessidade de construção da infraestrutura desse ecossistema, que são os pontos de carregamento.

Celio Lee, da Braúna Investimentos, acredita que o avanço da eletrificação  de veículos vai gerar oportunidades para as empresas do setor de energia elétrica, mas que só o tempo dirá qual será o tamanho delas e, por isso, requer cuidado dos investidores.

“No final das contas, é sempre importante estudar o segmento, depois a empresa e, por fim, ter olhar de longo prazo para investir nestas companhias. Os investidores devem estar atentos a esta questão e, como qualquer empresa listada em bolsa que tem seu risco, acompanhar os balanços, notícias estruturais e os fatos relevantes que possam impactar cada companhia que investe”, recomendou.

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