Seguro-desemprego volta a ter alta nos pedidos em janeiro

A situação do mercado de trabalho que parecia ter começado a se estabilizar teve uma recente queda refletida através do aumento no número de pedidos do seguro-desemprego. Somente no mês de janeiro, foram registrados 529.826 pedidos do benefício, uma alta equivalente a 10% em comparação ao mesmo período no ano passado.

Seguro-desemprego volta a ter alta nos pedidos em janeiro
Seguro-desemprego volta a ter alta nos pedidos em janeiro. (Imagem: FDR)

Em janeiro de 2021, foram feitos 463.834 pedidos contra 481.481 requerimentos em dezembro do mesmo ano. No entanto, ao analisar o cenário geral, nota-se que no acumulado do ano houve uma queda de 10,2%. Entre janeiro e dezembro de 2021 foram registrados 6,08 milhões de pedidos contra 6,78 milhões ao longo de 2020.

Ainda assim, o recorde de solicitações do seguro-desemprego aconteceu em maio de 2020, perante a margem de 960.308, a maior da série histórica logo no início da pandemia da Covid-19. Outro índice que tem grande influência neste cenário, mas que começou em queda no ano de 2022 atingindo o terceiro mês seguido, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Trata-se do Indicador Antecedente de Emprego do Brasil, cuja queda foi de 5,3 pontos no mês de janeiro, retornando ao menor índice desde agosto de 2020. Para o economista da FGV, Rodolpho Tobler:

“A piora mais acentuada no começo de 2022 decorre da combinação da desaceleração econômica iniciada no quarto trimestre com o surto de ômicron e influenza, que afeta principalmente o setor de serviços, o maior empregador, tornando a curto prazo difícil  vislumbrar uma alteração no curso do indicador”.

Em meio à alta recente nos pedidos de seguro-desemprego, é importante considerar também que entre o período de janeiro a dezembro de 2021, o Brasil disponibilizou 2.730.597 empregos com carteira assinada. Os dados foram apurados através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), departamento vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Em contrapartida, no trimestre encerrado em novembro de 2021, o Brasil registrou um recuo de 11,6% na taxa de desemprego, se fixando como o índice mais baixo desde o início de 2020 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas não para por aí, pois a renda atual dos trabalhadores também atingiu a mínima histórica. Dados mais precisos sobre esta situação devem ser divulgados até o final desta semana por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Vale mencionar que o seguro-desemprego é um benefício a caráter assistencial, liberado aos trabalhadores surpreendidos por uma demissão sem justa causa. Desde que tenham prestado serviços durante um período médio de um ano com carteira assinada, terão direito a receber um benefício de três a cinco parcelas em quantias que podem variar entre R$ 1.212 a R$ 2.106,08.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.