Instituições financeiras demonstram certo interesse nas transições eleitorais de 2022. Nessa semana, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se pronunciou sobre a mudança de gestão no cargo de presidente da república. De acordo com ele, o mercado financeiro está menos receoso com a possível vitória de Lula (PT). Entenda.
As eleições para presidente estão cada vez mais próximas e isso implica em variações no mercado financeiro. De acordo com o chefe do Banco Central, no entanto, a mudança deverá ocorrer de forma mais passiva, tendo em vista que os bancos agora têm maior autonomia e são menos dependentes do poder público.
Lula ameaça os bancos?
Em entrevista a GloboNews, ao ser questionado sobre o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Campos disse que não há impactos negativos para o setor de investimentos.
“Nos preços de mercado, o que tem acontecido mais recentemente é uma eliminação de vários preços que mostram o risco da passagem de um governo para outro. Mais recentemente, a gente vê, quando olha esses preços, que eles atenuaram. Caíram um pouco. Significa que o mercado passou a ser menos receoso da passagem de um governo para o outro”, afirmou.
“Isso é o que a gente pode interpretar. Porque provavelmente um governo que representava um risco de cauda de medidas mais extremas está se movendo para o centro. Essa é a nossa interpretação do que a gente captura nos preços de mercado.”
O gestor, no entanto, ponderou que: “muitas coisas vão acontecer ao longo do ano eleitoral” e que a autarquia está preparada para um eventual cenário de volatilidade nos ativos brasileiros em razão desse processo. “Faz parte do BC discutir isso”, disse.
Autonomia dos bancos
Em sua fala, ainda favoreceu o mantado de Bolsonaro, alegando que os bancos passaram a ter mais poder a partir das estratégias adotadas ao longo dos últimos quatro anos.
“O Banco Central ganhou a posição de autonomia exatamente para ter independência entre o ciclo político e os ciclos de política monetária. Não cabe fazer comentários sobre o que seria cada candidato (à Presidência)”, afirmou. “É importante reconhecer que foi feito ganho institucional neste governo.”