Os ativos de risco nacional estão baratos e devem ser impulsionados positivamente, em meio ao favoritismo de o ex-presidente Lula vencer as eleições presidenciais de 2022. A perspectiva foi realizada pela consultoria canadense BCA Research.
Em relatório, o estrategista-chefe de mercados emergentes, Arthur Budaghyan, declara que — como vem argumentando desde julho de 2021 — “Lula adorará políticas pragmáticas que irão atrair eleitores e investidores moderados”.
Segundo ele, agora, o ex-presidente Lula entende que deve se deslocar para o centro. Isso caso o candidato deseje atrair grande parte da população, elevar a confiança empresarial e desenvolver um panorama positivo para o mercado financeiro.
Para a consultoria, mesmo com a economia local entrando em recessão — e em meio a uma estimativa de contração nos próximos 12 meses — as possibilidades são de que um possível governo Lula busca “inflacionar a saída da dívida”. Assim, seria possível, no longo prazo, diminuir a relação dívida pública/PIB.
Na avaliação da BCA Research, a política fiscal do governo Lula será “moderadamente frouxa”. Haveria uma articulação, com o Congresso, do fim da regra de gastos fiscais. Desse modo, resultaria em adiamento dos esforços para tornar a política pública sustentável.
Neste cenário, a consultoria entende que as reformas estruturais podem passar de modo diluído — ou até não serem aprovadas.
Ex-diretor do Credit Suisse se posiciona contra Bolsonaro nas eleições
Ao Valor, o ex-diretor para a América Latina do Credit Suisse, e atual sócio da gestora QMS, Marcelo Kayath, declara que, atualmente, o Brasil tem uma dívida modesta. O país ainda tem US$ 400 bilhões em reservas.
Segundo ele, o problema é fiscal. Neste sentido, Kayath declara que “Bolsonaro oferece muito mais riscos do que Lula”.
O ex-Credit Suisse declara que está disposto a escolher alguém que vença Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. A visão tem como base a percepção de que a situação de refém — em que Bolsonaro se encontra — faz com que ele precise passar sobre todas as amarras fiscais para continuar no poder.
Em uma possível eleição de Lula, o candidato poderia assumir a presidência com força suficiente para conter as pressões. O atual sócio da QMS afirma que nenhum investidor pensa que Lula “vai fazer loucura”.