Nubank quer aproveitar crise no Brasil para crescer mais rápido; entenda

O fraco desempenho da economia brasileira neste momento, pode significar uma oportunidade para que o Nubank consiga ganhar terreno no mercado, mesmo com um risco grande, afirmou David Vélez, fundador e presidente do banco digital.

A fintech é um dos maiores bancos digitais do mundo com 48 milhões de clientes e projeta que a inadimplência irá crescer em 2022 por conta da inflação e juros em alta, além de uma economia estagnada. 

Porém, na visão de David, o Nubank irá conseguir manter os índices abaixo das médias do mercado em decorrência do uso da inteligência artificial para concessão de crédito. No Nubank, a taxa de inadimplência de 90 dias em seus cartões de crédito é de 3,3% em comparação com a média de 4,8% da concorrência.

Esta perspectiva de risco alto pode até trazer uma oportunidade de crescimento rápido para o Nubank, segundo as palavras de Vélez, em uma entrevista à Reuters nesta semana.

Por conta dos depósitos dos clientes de varejo, a fintech não é dependente de financiamentos de mercado e possui um colchão de recursos grande após o IPO que captou US$2,6 bilhões.

“A gente pode ter a oportunidade de acelerar e ganhar mais mercado, e deixar as taxas de juros baixas para tornar nossos produtos mais competitivos,” afirmou Vélez. A carteira de crédito possui prazo curto, de 6 semanas em média nos cartões de crédito e até 6 meses em crédito pessoal, facilitando a administração do risco.

Os analistas enxergam esta expansão da carteira de crédito como essencial para levar o Nubank à rentabilidade. De acordo com um relatório elaborado recentemente pelo Morgan Stanley, cada cliente do Nubank gera uma receita de menos de R$ 200, ao passo que um correntista do Itaú gera em torno de R$ 1.200.

Segundo o Morgan Stanley, as linhas de crédito mais lucrativas para os bancos de varejo são os financiamentos imobiliários.

O Nubank, segundo David, vem analisando a melhor forma de entrar no mercado de empréstimos consignados, além de expandir a carteira de empréstimos com garantia de imóveis e carros, oferecidos através da parceira Creditas.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.