Custo para manter um carro no Brasil quase dobra em 7 anos; confira dicas para economizar

Pontos-chave
  • Gastos com manutenção são os mais altos em sete anos
  • Combustível é o principal responsável por este aumento
  • Donos de carros populares sentem mais os aumentos

Que os carros tanto novos como os usados estão cada vez mais caros no país não é novidade. Porém, os gastos após a compra também estão pesando ainda mais e de acordo com um levantamento feito pelo Ibmec, a pedido do Jornal o Globo, em sete anos, estes gastos com o carro praticamente dobraram. Em determinadas situações, os gastos com veículos superam os gastos com a educação dos filhos.

Como não poderia deixar de ser, o principal culpado por este aumento nos gastos é o combustível, que respondeu por mais de 50% das despesas com manutenção. Outros fatores que pesaram na conta foram o IPVA, estacionamento, seguro e vistoria. 

O professor de contabilidade do Ibmec, Paulo Henrique Pêgas, considerou todos estes fatores na conta dos gastos com a manutenção dos automóveis. Este crescimento nos gastos atingiu tanto os proprietários de carros populares como também os de modelos premium. Para realizar a simulação, o especialista considerou o uso médio diário dos carros de 50 quilômetros.

Para manter um carro popular usado, por exemplo, como um Gol 2016, o proprietário gasta cerca de R$14,5 mil anualmente, ou R$1.210 por mês, quase um salário mínimo.

Seguros 30% mais caros 

A pandemia prejudicou as cadeias de produção no mundo todo e diminuiu a produção de novos veículos nas montadoras. Com a falta de novos exemplares, os carros usados se valorizaram em 2021, fazendo com que os preços subissem ao invés de caírem.

Em decorrência deste aumento de preços, o IPVA e o seguro também foram reajustados, uma vez que são calculados a partir de um percentual do valor dos carros, de acordo com a tabela Fipe. Neste ano, o reajuste médio do IPVA será de 23,9%, bem acima da inflação acumulada em 2021, de 10,06%.

Em São Paulo, o reajuste dos seguros veiculares bateu 30%, o maior índice desde o início do Plano Real, de acordo com Boris Ber, presidente do Sindicato de Profissionais Autônomos da Corretagem de Seguros de São Paulo.

Boris, explicou que este aumento reflete também o crescimento das indenizações por perda total causadas por desastres naturais, como tempestades e deslizamentos. Porém, em sua avaliação, o atual cenário é sem precedentes

Escassez de peças

Na visão de Marco Antonio Rocha, professor de Economia da Unicamp, o cenário macroeconômico também prejudica os custos de manutenção. A desvalorização do câmbio e o reflexos da pandemia na indústria diminuem a oferta de peças e encarecem o custo de trocas.

“Como a cadeia automotiva depende muito de importação, agora está sofrendo com o aumento de custos, e isso afeta o custo de autopeças. Quando precisar trocar o amortecedor ou freio, vai encarecer”, disse ele ao Globo.

Porém, o maior peso para os proprietários é ainda o combustível que não para de subir. Somente no último ano, o preço da gasolina subiu 47,49%, de acordo com o IBGE. Os preços do etanol (62,23%) e do GNV (38,42%) também encareceram em 2021. O combustível pesa mais para os donos de carros populares.

Dicas para economizar na manutenção do veículo 

É sempre importante se atentar a calibragem dos pneus, pois, ao murcharem, eles consomem mais gasolina por conta do aumento da área de contato com a via. Isto é como se o veículo ficasse “preso” ao solo, o que acaba dependendo de uma performance acima do necessário.

É importante dizer que não é recomendado calibrar o máximo que der dos pneus. Os pneus devem ser calibrados de acordo com o que foi recomendado pelo fabricante.

Sempre que possível mantenha uma velocidade linear. Isto ajuda na economia de gasolina, pois o motor fica equilibrado e demanda menos energia. 

Quanto mais o motorista respeitar a rotação do motor, melhor será o rendimento e o consumo do automóvel. 

O RPM (Rotações por Minuto) é a medida de rotação do motor e as passagens de marcha devem acontecer quando a rotação atingir, na média, entre 2.000 rpm e 2.500 rpm. Existem veículos que avisam o condutor o melhor momento para a troca de marcha e esse patamar pode ser diferente para cada modelo.

Em grande parte das vezes, quando o motorista ultrapassa a faixa de giro, o consumo de gasolina cresce, pois o condutor fica acelerando e forçando a marcha desnecessariamente. 

YouTube video player
Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
Sair da versão mobile