O atual governo iniciou uma mobilização para taxar produtos ilegais que são oriundos da China. Este movimento é coordenado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. De acordo com a revista Veja, a dupla pretende tributar produtos ilícitos vindos da China atendendo a pedidos de empresas como Magalu e Havan.
A reportagem diz ainda que além destas duas empresas, a mobilização é apoiada por outros bilionários proprietários de empresas brasileiras.
A questão sobre a tributação de produtos vindos de fora através de avião, levou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a taxar com alíquota de 18% do ICMS sobre compras internacionais. Isso também é válido para empresas que não possuem um centro de distribuição no Brasil, como a singapurense Shopee e chinesa AliExpress.
Shopee ganhou clientes no último ano
Este movimento de empresários brasileiros acontece justamente com o aumento na base de clientes da Shopee no Brasil.
De acordo com analistas do Morgan Stanley, a varejista da Sea Group, empresa que também é proprietária da Garena, estúdio responsável pelo jogo para mobile Free Fire, foi citada por 37% dos brasileiros entrevistados pelo banco americano como um destino de compras no último ano. Para efeito de comparação, a marca só era dada como referência de compra para 6% dos consumidores em 2020.
Os analistas do banco Goldman Sachs, por sua vez, projetam que a participação da Shopee no Brasil irá crescer em até 20% nos próximos três anos. “Nós esperamos que ela permaneça relevante em 2022 à medida que continua a desenvolver sua presença e oferta de serviços”, afirmam os analistas.
Já as grandes varejistas como Magalu, Americanas e Via, encolheram cerca de 58% no último ano, em um cenário de perda de valor dos papéis das empresas na bolsa e economia retraída.
Armazéns brasileiros da AliExpress
Esta maior concorrência no setor varejista também está assustando os investidores das empresas. Em 2019, o AliExpress anunciou que iria abrir um armazém no Brasil para despachar produtos da China.
Luciano Hang, fundador e dono das Lojas Havan, chegou a sonegar impostos sobre encomendas oriundas da China.
De acordo com a subprocuradora-geral do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Ela Wiecko, a loja importava caixas de produtos chineses, porém só pagava por uma única unidade. A procuradora chegou a descrever a empresa como uma “máquina de sonegar tributos”.