O mês de fevereiro não começou bem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os peritos médicos da autarquia farão uma paralisação de 24 horas com uma forma de protesto às negativas com base nas reivindicações da classe.
A paralisação foi denominada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) como “Dia Nacional da Advertência”. Segundo os peritos do INSS, a iniciativa se tornou necessária após eles solicitarem ao Ministério do Trabalho um aumento na margem de 20% no salário junto a melhores condições de trabalho.
Diante das negociações junto à pasta que deixaram os peritos frustrados, ainda na semana passada a entidade oficializou a mobilização enviando um comunicado ao Ministério do Trabalho e Previdência. Na oportunidade, o documento dizia:
“Em relação a tais objetivos estatutários e diante do atual quadro caótico que se apresenta à carreira de perito médico federal, a associação tentou, em centenas de ocasiões, instaurar rodadas de negociações com a administração pública federal, todas infrutíferas”.
De acordo com a ANMP, as reivindicações dos peritos fazem parte de um clamor que provém desde setembro de 2020. Quando assumiu o ministério em agosto de 2021, Onyx Lorenzoni prometeu debater tais demandas, além de se comprometer a adotar as medidas cabíveis para cada caso.
No entanto, a associação alega que nenhuma promessa feita pelo ministro foi cumprida nem mesmo por outra autoridade máxima. Logo, a situação que já era caótica e impactava os afazeres da categoria, se tornou ainda mais crítica com o passar do tempo.
É importante mencionar que a ANMP é composta por mais de cinco mil servidores ativos, aposentados e pensionistas do INSS. Neste sentido, as reivindicações dos peritos consistem em:
- Recomposição Salarial referente às perdas oriundas da inflação de 2019 a 2022, em 19,99%;
- Fim da “teleperícia” – aquela realizada através da telemedicina ou teleavaliação, bem como as análises documentais como o “DOCMED”;
- Promoção imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da Carreira, cuja defasagem já chega a três mil servidores;
- Fixação do número máximo de 12 atendimentos presenciais como meta diária.
A paralisação promovida pelos peritos do INSS não é bem uma novidade, pois a insatisfação não só dos médicos, mas de todos os servidores da autarquia é nítida, e vem sendo avisada há tempos. O ápice foi atingido há algumas semanas quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, prometeu um aumento salarial para os policiais federais.
A promessa do chefe do Executivo foi feita mesmo diante das alegações do Ministério da Economia sobre o equilíbrio e escassez no orçamento, fazendo um se contrapor perante o outro.
Enquanto isso, Bolsonaro também sancionou o corte no Orçamento de vários setores, deixando os respectivos servidores extremamente infelizes, a começar pelos fiscais da Receita Federal que desencadearam uma greve.