Deixou de ser bilionária: cofundadora do Nubank deixa lista dos mais ricos; entenda

Pontos-chave
  • Desvalorização do Nubank impacta fortuna de fundadores da fintech;
  • O banco digital perdeu o posto de maior banco da América Latina;
  • O mercado de ações tende a apresentar maior volatilidade.

Desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), em dezembro de 2021, os papéis do Nubank, listados em Nasdaq, já registram queda acima de 40%. Por conta disso, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira deixou de ser bilionária. O levantamento foi realizado pela Forbes.

Depois que as ações da fintech aumentaram 15% no primeiro dia de negociação na Bolsa, Junqueira, de 39 anos, passou a ser a segunda mulher ‘self-made’ mais rica do Brasil. Ela estava atrás somente de Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza.

Na ocasião, o banco digital possuía uma avaliação de mercado de US$ 45 bilhões. Por ter uma participação de 2,9% da fintech, Junqueira contava com uma fortuna de US$ 1,3 bilhão.

No entanto, devido à desvalorização dos papéis do Nubank na Bolsa norte-americana, o patrimônio da cofundadora caiu para aproximadamente US$ 900 milhões. Apenas em janeiro, os papéis da fintech caíram 29%.

Mesmo diante da desvalorização dos papéis, o CEO do Nubank, David Vélez, continua bilionário. Ele tem 23% de participação na fintech — o que representa uma fortuna de US$ 7 bilhões. Em dezembro do ano passado, o valor era de US$ 10,2 bilhões.
Outro cofundador do Nubank, Edward Wible, não possui uma participação significativa, segundo a Forbes. Em abril, ele não ocupa mais o cargo de CTO, mas continua na fintech como engenheiro de software.

Nubank perde o posto de banco mais valioso da América Latina

Quando o Nubank estreou na Bolsa de Valores, em dezembro, a fintech se tornou o banco mais valioso da América Latina — superando grandes instituições tradicionais.

Contudo, desde então, vem sendo observada uma redução nas ações. O papel do Nubank chegou a ser negociado 17,5% abaixo do que o valor estabelecido no IPO. Na oferta, a fintech vendeu os papéis a US$ 9. Já na última terça-feira (25), na Bolsa de Nova York, a cotação era de US$ 7,45.

No fim da sessão, o Nubank possuía valor de mercado de US$ 33,46 bilhões. O banco digital ficou atrás do Bradesco (US$ 34,32 bilhões) e Itaú (US$ 38,9 bilhões).

Ações de empresas de tecnologia têm passado por grande volatilidade recente

Nas últimas semanas, as companhias de tecnologia — como o Nubank — vêm sendo pressionadas. Isso acontece devido ao ciclo de aumento dos juros nos Estados Unidos.

Conforme o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), serão promovidos, pelo menos, três altas de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o fim deste ano.

Diante disso, os principais índices das bolsas dos Estados Unidos têm enfrentado grande volatilidade. De 31 de dezembro de 2021 a 25 de janeiro de 2022, a Nasdaq já possui redução de 13,46%, conforma levantamento da consultoria Economatica.

A diversificação é uma forma de diminuir os riscos da renda variável
A diversificação é uma forma de diminuir os riscos da renda variável (Imagem: Montagem/FDR)

Renda variável tende a apresentar mais volatilidade

De forma geral, a volatilidade representa as oscilações no valor de um ativo. Comumente, ela ainda é usada como medida de risco. Isso porque, quanto mais um investimento for volátil, o risco associado a ele tende a ser maior.

As aplicações de renda variável, como as ações negociadas em Bolsa de Valores, possuem maior volatilidade. A razão é que a precificação dessas aplicações depende diretamente da oferta e procura pelas ações.

Existem diversas questões que podem impactar no interesse dos investidores em vender ou comprar um papel a certo preço — como a política monetária local. Por conta disso, em pouco tempo, a volatilidade das ações pode causar alterações significativas nos patrimônios de empresas.

Diante dessa característica das ações, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir os riscos. Uma dessas estratégias é a diversificação. Ao expor a carteira a diferentes ativos — e níveis distintos de exposições —, o investidor poderá elevar os potenciais de ganho e amortecer as perdas.

De modo geral, o interessado em aplicar na Bolsa de Valores precisa estudar o mercado em questão. Por meio da educação financeira, a pessoa poderá tomar decisões mais assertivas.

Neste sentido, também vale realizar uma análise fundamentalista de ações. O método em questão considera os fundamentos da companhia — tendo base as características que ajudarão a estimar os resultados futuros do papel, e estabelecer um valor para a venda e compra dos ativos.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.