Assim como vários outros setores, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi atingido por um corte aproximado em R$ 1 bilhão no Orçamento da autarquia para este ano. Diante da verba escassa, o mesmo deve acontecer com a mão de obra, afetando diretamente o atendimento ao público.
Neste sentido, os servidores já fizeram um alerta ao órgão, aproveitando para reclamar sobre o sucateamento das agências. E na tentativa de reverter a situação, a categoria tem a intenção de se mobilizar para pressionar os parlamentares a derrubarem o veto presidencial.
Do contrário, será imposto uma recomposição no Orçamento do INSS. Com a verba reduzida para custear as despesas gerais, investir em um processamento de dados de qualidade, além de promover uma queda na mão de obra com a redução na quantidade de servidores, a autarquia teme pela paralisação das atividades presenciais.
Se o temor se concretizar, a fila de espera do INSS, que já conta com 1,8 milhão de pessoas aguardando pela análise de processos, deve aumentar ainda mais. Até o momento, o INSS já teve uma perda de R$ 988 milhões que foram distribuídos em quatro áreas. A redução mais notável afetou os recursos voltados à administração nacional, que minguaram em R$ 709,8 milhões.
No que compete exclusivamente aos serviços de processamento de dados, a perda foi de R$ 108,6 milhões. Enquanto isso, outros R$ 94,1 milhões foram excluídos de um projeto de melhoria contínua, além de R$ 3,4 milhões provenientes da área de reconhecimento de direitos a benefícios previdenciários.
De acordo com o senador Angelo Coronel, o relator setorial da Previdência no Orçamento, disse que analisará o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro. O parlamentar ainda explicou que o corte não foi sugerido por ele no relatório.
“Sabendo das filas do INSS e da situação dos aposentados e daqueles que precisam se aposentar, não realizei cortes para administração de unidades do INSS. [O corte] foi uma decisão política do governo federal”, alegou.
Tendo em vista que o corte no Orçamento terá reflexos diretos na população, aliados de Bolsonaro têm receio de que o veto possa prejudicá-lo a se reeleger no pleito eleitoral de 2022. Por esta razão, o Palácio do Planalto tem avaliado reverter o corte no Orçamento. Mas por hora, o que resta é aguardar um posicionamento oficial.