Uma nova fase chegou para o Cadastro Positivo que passa a incluir dados de contas de luz até o fim do mês de março. Também é esperado que dados de contas de água, gás e esgoto, além de dados a respeito de boas práticas ambientais, sociais e de governança de empresas, também entrem no cadastro ainda este ano.
Já que a finalidade do Cadastro Positivo é a de criar um histórico de pagamento mais abrangente dos clientes, quanto maior for a quantidade de informações na base de dados, melhor. Isto trará uma análise mais aprofundada sobre o risco de crédito e serve como uma alternativa à “lista de negativados” trazendo melhores códices para os bons pagadores.
Porém, até o fim de 2021, as avaliações do cadastro utilizavam apenas dados do sistema bancário. Somente em setembro, o cadastro passou a utilizar dados de empresas de telecomunicações, como as de telefone, internet e TV a cabo.
Porém, mesmo assim, um levantamento realizado pelo Banco Central e por dois birôs de crédito, revelaram uma queda média de 10,4% nas taxas cobradas e melhora nas notas, desde o momento em que a adesão ao Cadastro Positivo começou a ser automática, em 2019. Antes disto, os dados do cliente só eram incluídos no cadastro se fossem autorizados.
De acordo com a ANBC (Associação Nacional de Bureaus de Crédito) a quantidade de inscritos no Cadastro Positivo saltaram de seis milhões em 2017 para cerca de 100 milhões atualmente, sendo que deste total, 95% são pessoas físicas. É esperado que este número chegue a 150 milhões, com a entrada dos dados de contas de luz, gás, água e esgoto.
Porém, existem 360 mil pedidos de retirada de dados do cadastro Positivo, de acordo com a Boa Vista, um dos quatro birôs registrados pelo BC como gestores de banco de dados (GBDs) do Cadastro.
“Com a entrada de informações de telecomunicação, estimamos que 9 milhões de CPFs novos entraram no mercado, com a possibilidade de ter acesso ao crédito. Bancos e empresas de varejo que vendem a crédito não tinham acesso a essas pessoas. São pessoas que não são bancarizadas, mas que têm emprego, pagam suas contas de telefone”, disse Dirceu Gardel, presidente da Boa Vista ao Estadão.