Ao longo dos últimos dias, o bitcoin tem registrado o menor valor dos últimos seis meses. Nesta segunda-feira (24), às 9h26, a cotação da criptomoeda caía 6,29%, para US$ 33.501, de acordo com a CoinDesk. Anteriormente, no mesmo dia, a moeda digital chegou a US$ 33.046.
Desde julho do ano passado, o bitcoin teve queda de quase 30%. Em comparação ao maior valor histórico, o valor da criptomoeda já diminuiu mais de 50%.
Outras moedas digitais menores — que tendem a acompanhar o movimento do bitcoin — também passaram por desvalorização. O ether, segunda maior criptomoeda, teve redução de 14%, a US$ 2.202. Este foi a segunda menor cotação desde 27 de julho do último ano.
Fatores que acompanham a queda do bitcoin
A redução do bitcoin acompanha um movimento de aversão ao risco, segundo apurado pelo Poder 360. Os investidores vêm deixando ativos de risco, como as moedas digitais para aplicar em ativos mais seguros — como os títulos públicos.
A tendência acompanha uma projeção de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) eleve os juros no país norte-americano. Isso acontece em maio à alta da inflação dos EUA nos últimos meses. Neste ano, os investidores preveem que ocorra três ou quatro altas.
A primeira reunião de política monetária do Federal Reserve no ano começa nesta terça-feira (25). O mercado estima que a primeira elevação de juros aconteça já em março.
Conforme o Valor, isso já está precificado. No entanto, os participantes do mercado se atentarão a indícios sobre futuras elevações das taxas — e quando o Fed poderá começar a diminuir seu balanço.
A principal moeda digital parece não se apresentar como uma proteção contra fortes oscilações em outros ativos de risco — recuando juntamente com as ações de tecnologia recentemente.
O desempenho negativo do bitcoin ocorre após a pior o pior recuo semanal do índice Nasdaq desde o começo da pandemia de coronavírus, em março de 2020. A redução desse índice, que agrupa ações de tecnologia, foi de 7,55%.
Nesta semana, a Microsoft, Apple e Tesla divulgarão os lucros. A depender dos resultados, o mercado de ações pode se recuperação. Em caso de desempenhos negativos, poderia haver pressão no setor tecnológico — e também nas moedas digitais.