O mercado tem buscado pistas sobre o futuro da taxa Selic. Como forma de ter uma perspectiva para onde vai a Selic, agentes financeiros observaram a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento realizado pelo banco Santander nesta quinta-feira (20).
Em evento promovido pelo Santander, o presidente do BC declarou que a curva de juros brasileira monstra que o ciclo de alta está perto do fim — e ficando plana. Conforme ele, “a parte longa da curva precifica questões fiscais”. Campos Neto alegou que existe uma “onda” de elevação de taxas de juros no planeta.
O presidente da autoridade monetária afirmou que “todo mundo está olhando para os Estados Unidos”.
Ele ressaltou que que o mercado observa o modo que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) está observando para o seu balanço. Campos Neto alega não saber como isso se desenvolverá daqui para a frente.
“O Brasil foi o país que mais subiu as taxas. Endereçamos e explicamos isso”, alegou.
O presidente do BC ainda disse que o país vem “navegando” na nova variante do coronavírus, a ômicron — com certa interrupção de oferta, “mas nada grave”. Campos Neto disse que o “espalhamento” foi rápido. Contudo, houve diminuição das hospitalizações.
Mercado financeiro prevê para onde vai a Selic
Atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano. O mercado financeiro prevê que a taxa básica de juros aumentará para 11,75% ao ano, segundo divulgado no boletim Focus desta segunda-feira (17).
Em dezembro do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em comunicado da última reunião, informou que antevia outra elevação da Selic — de 1,5 ponto percentual. Desse modo, os juros chegariam a 10,75% ao ano no próximo encontro, que acontecerá no início de fevereiro.
Conforme apurado pelo Valor, uma ala de economistas declara que a manutenção das estimativas de inflação em grande nível é sinal de que elevar a Selic não vem resolvendo o problema.
No ano passado, o Brasil foi o país que mais subiu a taxa. Contudo, ainda há uma das maiores perspectivas de inflação ao consumidor para 2022 — em relação a outras nações.