57 mil crianças receberam vacinação incorreta contra Covid-19; o que pode ser feito?

Segundo um levantamento feito pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), cerca de 57 mil receberam a vacinação incorreta contra a Covid-19, no país. Os dados consistem em um apanhado até dezembro do ano passado. 

De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), os números foram obtidos junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base no repasse feito pelos estados e pelo Distrito Federal (DF). Neste sentido, o STF recomenda a suspensão de toda e qualquer campanha de vacinação em crianças e adolescentes que não sigam as diretrizes do Plano Nacional de Operacionalização (PNO) do Ministério da Saúde. 

É importante explicar que o RNDS consiste em uma plataforma elaborada pelo Ministério da Saúde com o propósito de reunir informações sobre casos de Covid-19 baseados em resultados obtidos através de exames laboratoriais. Desta forma, na tabela apresentada ao STF, nota-se mais de 14,5 mil crianças e adolescentes de até 17 anos de idade que já passaram pela vacinação contra o vírus.

Estes 14,4 mil jovens receberam doses da AstraZeneca, enquanto outros 20 mil foram imunizados com a CoronaVac e mais de 1.200 com a Janssen. A irregularidade está no fato de que, a única vacina autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para imunizar crianças e adolescentes é a Pfizer. 

Nenhuma dessas outras vacinas tem autorização para fazer parte da vacinação de qualquer jovem que componha a faixa etária inferior a 18 anos de idade no Brasil. Conforme apurado, a Pfizer foi utilizada para vacinar apenas um terço das pessoas com mais de 12 anos de idade. 

Ainda assim, mesmo antes do Ministério da Saúde receber e distribuir as doses específicas da Pfizer para crianças e adolescentes, mais de 18,8 mil jovens de 5 a 11 anos foram imunizados com a dose para adultos. O mesmo aconteceu com outras 2.400 crianças na faixa etária de 4 anos de idade. 

As doses da vacina da Pfizer para crianças serão ministradas em uma quantidade reduzida a um terço. Além do mais, os frascos do imunizante serão diferenciados com a cor laranja, para facilitar a distinção entre a dosagem a ser aplicada em adultos. 

De acordo com o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, existem evidências científicas capazes de comprovar que a aplicação de duas doses da vacina contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos, pode ser eficaz na prevenção contra a doença.

É importante destacar que a vacina contra a Covid-19 não inibe 100% a contaminação do vírus, no entanto, reduz drasticamente seus efeitos no organismo, evitando o agravamento do quadro e impedindo que resulte em óbitos.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.