No começo deste ano, a propagação da nova variante do coronavírus, a ômicron, juntamente com o surto de casos da influenza, têm impactado diversos estabelecimentos pelo país. Como resultado, as empresas de saúde na bolsa de valores tendem a ser afetadas.
Por conta do cenário atual, o país vem passando por demora e filas nos atendimentos em hospitais e postos de saúde.
Além disso, vem sendo visto uma grande demanda em farmácias e laboratórios para a realização de testes. Diante disso, alguns estabelecimentos chegaram a diminuir o acesso — pela falta de materiais.
Contudo, ao contrário do observado nas ondas anteriores da pandemia de covid-19, o número de internações e óbitos não acompanham os casos. Por conta disso, o impacto sobre os resultados das companhias de saúde na bola tende a ser variado, segundo informado por especialistas consultados pelo Estadão.
Possíveis impactos nas empresas de saúde na bolsa de valores
O estrategista de ações da Santander Corretora, Ricardo Peretti, afirma que as redes de laboratórios, como Dasa e Fleury, podem registrar margens maiores. O motivo é a grande número de testes a serem feitos. As redes de farmácia, como a Raia Drogasil, também podem ser beneficiadas.
Os hospitais, como a Rede D’Or, também podem ser favorecidos. Isso porque existe um uso maior dos seus serviços — apesar de não haver alta de internações. Contudo, de forma parcial, o resultado pode ser afetado pela substituição de profissionais contaminados e pelos crescentes custos com materiais.
Em meio à alta das vendas de medicamentos, as farmacêuticas, como a Hypera, podem registrar maiores receitas.
Por outro lado, os planos de saúde Notre Dame Intermédica, Hapvida e Sulamérica devem passar por um panorama menos positivo. A razão é que os índices de sinistralidade tendem a elevar — de modo a pressionar, nos próximos meses, os custos.
Neste cenário, os indicadores devem aumentar porque os usuários devem procurar mais pronto-socorro de hospitais ou exames de diagnósticos.
No entendimento do analista do Daycoval, Vitor Suzaki, as companhias verticalizadas tendem a se favorecer no curto prazo.
Ele destaca a Hapvida e a Intermédica — diante da fusão aprovada recentemente pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Estas empresas contam com potencial de ganho de sinergias.