Após queda na Bolsa de Valores, o Nubank deixa de ser o banco mais valioso da América Latina. Na última sexta-feira (14), a fintech fechou avaliado em US$ 37,4 bilhões. Enquanto isso, o Itaú, maior banco privado do Brasil, terminou o dia com valor de US$ 39,5 bilhões.
O Nubank tinha conquistado o posto de banco mais valioso da América Latina em dezembro do ano passado. Na ocasião, a instituição tinha estreado na Bolsa de Valores brasileira (B3) e dos Estados Unidos (NYSE) — precificando as açoes a US$ 9 cada, na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A fintech estreou na Bolsa sendo avaliada em US$ 41,5 bilhões. Este valor equivale a aproximadamente R$ 230 bilhões.
Apesar disso, neste ano, os papéis do Nubank já registraram queda de 13,4% na Bolsa norte-americana. Por outro lado, o Itaú teve alta de 13,3% no mesmo período.
Nubank perde valor de mercado diante de previsão de alta de juros nos EUA
Por conta da perspectiva de aumento mais forte dos juros nos Estados Unidos, as novas empresas de tecnologia — como o Nubank — foram impactadas.
Bancos como Morgan Stanley, Citi, Goldan Sachs e JPMorgan estimam passaram a estimar alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) já em março. Até o final do ano, ainda estão previstas mais três elevações.
Com isso, o os juros norte-americanos devem sair do atual zero para 2% ou 2,5%. Como resultado, o custo de capital para as empresas se tornaria mais caro. Neste sentido, vale destacar que as companhias de tecnologia são as que mais necessitam de dinheiro para as operações.
Além da parte do Banco Central dos EUA, o executivo de uma companhia brasileira — que abriu o capital recentemente no país norte-americano, afirma ao Estadão que as empresas brasileiras estão sendo mais afetadas na onda de reprecificação dos papéis do setor tecnológico.
Em comparação aos pares internacionais, as ações brasileiras ainda estão apresentando queda mais intensa por conta do receio com o risco fiscal. Outros fatores negativos são a previsão de até um recessão neste ano e a incerteza eleitoral.
Por conta do ciclo de subida dos juros, os investidores tendem a optar por ações de companhias com modelo de negócio já estabelecido. Ainda há preferência pelas empresas com lucro estável.