- Neste mesmo final de semana, outros estados deram início a imunização para o público alvo de 5 a 11 anos;
- Para se vacinar as crianças devem estar acompanhadas por um responsável;
- De acordo com o ECA, o responsável que negar a vacinação de crianças pode ser responsabilizado judicialmente.
Na última sexta-feira, 14, a primeira criança a se vacinar contra Covid-19 no Brasil foi o indígena Davi Xavante de 8 anos, morador do estado de São Paulo. Em seguida, neste mesmo final de semana, outros estados deram início a imunização para o público alvo de 5 a 11 anos.
O calendário foi anunciado por 15 estados brasileiros e o Distrito Federal, de acordo com dados levantados pelo G1. As regiões receberam a distribuição do lote da Pfizer com 1.248.000 de doses da vacina para aplicação em crianças.
Esta ação tem sido vista como um avanço na ciência, considerando que há um ano o Brasil vacinava a primeira pessoa contra o vírus. Também em São Paulo, na época uma enfermeira deu início ao processo de imunização no país que começou com profissionais da área da saúde.
Vacinação contra Covid-19 em crianças
Claro que por se tratar de um público mais frágil, porque não pode tomar decisão por conta própria, a vacinação contra Covid-19 em crianças gerou muita discussão.
O próprio Ministério da Saúde abriu uma audiência pública para que a população brasileira expressasse sua opinião a respeito dessa imunização. A participação aconteceu online.
Em seguida, o governo finalmente confirmou a imunização deste grupo e definiu a organização da seguinte forma:
- Em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas);
- Prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
- Sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação
- Com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o calendário oficial de imunização começou nesta segunda-feira (17). E para se vacinar as crianças devem estar acompanhadas por um responsável, junto com um documento com foto.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi quem autorizou a imunização das crianças, e garantiu que se trata de um procedimento seguro.
“Só a Covid-19, nessa população em especial – crianças e adolescentes – mata mais do que todas as doenças do calendário infantil somadas, juntas, anualmente“, afirmou Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
De acordo com dados da organização global de saúde pública Vital Strategies, divulgados a pedido da BBC News Brasil, 800 crianças entre cinco e onze anos morreram de Covid-19 no Brasil.
Os números, embora expressivos, parecem não ter chego ao presidente Jair Bolsonaro (PL). No dia 6 de janeiro de 2022, um dia após o Ministério da Saúde confirmar a vacinação no público infantil, o presidente afirmou que não tinha conhecimento de mortes para este público.
“A própria Anvisa que aprovou também diz lá que a criança pode sentir, logo depois da vacina, falta de ar e palpitações. Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho”, afirmou em entrevista à TV Nova Nordeste de Pernambuco.
Cadastro de vacinação do coronavírus para crianças
Os pais de crianças entre 5 e 11 anos, com ou sem comorbidades, podem realizar o cadastro de seus filhos por meio do site do governo estadual ou prefeitura da sua cidade.
O agendamento da imunização também está acontecendo em diversas regiões, a grande maioria usa do site oficial da prefeitura para organizar as imunizações. Para cadastro é necessário informar:
- Nome da criança;
- Documento de identificação;
- Endereço;
- Unidade do posto de saúde mais próximo;
- Escolher dia e horário para imunização.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o responsável que negar a vacinação de crianças pode ser responsabilizado judicialmente.
Se a imunização foi autorizada pela Anvisa e inclusa no calendário vacinal, o adulto responsável pela criança deve garantir que a mesma seja imunizada. Caso contrário, corre o risco de inclusive perder a guarda do menor.
Calendário
Conforme um levantamento do G1, a imunização de crianças contra a Covid-19 começa nas seguintes datas:
- Acre: 17 de janeiro
- Alagoas: 17 de janeiro
- Amapá: 15 de janeiro
- Amazonas: 17 de janeiro
- Bahia: 15 de janeiro
- Ceará: 15 de janeiro
- Distrito Federal: 16 de janeiro
- Espírito Santo: 15 de janeiro
- Goiás: 17 de janeiro
- Maranhão: 15 de janeiro
- Mato Grosso: 17 de janeiro
- Mato Grosso do Sul: 15 de janeiro
- Minas Gerais: 15 de janeiro
- Pará: 15 de janeiro
- Paraíba: 15 de janeiro
- Paraná: 17 de janeiro
- Pernambuco: 15 de janeiro
- Piauí: 17 de janeiro
- Rio de Janeiro: 15 de janeiro
- Rio Grande do Norte: 15 de janeiro
- Rio Grande do Sul: 19 de janeiro
- Rondônia: 17 de janeiro
- Roraima: ainda não foi definido
- Santa Catarina: 15 de janeiro
- São Paulo: 15 de janeiro (na capital, começa em 17 de janeiro)
- Sergipe: 15 de janeiro
- Tocantins: deve ser no dia 20 de janeiro