Bolsa de carbono começará operações em breve no Brasil; saiba como funciona

A primeira bolsa de crédito de carbono começará operações em breve no Brasil. A expectativa é de que a AirCarbon Exchange inicie suas atividades ainda no primeiro semestre.

A AirCarbon é uma plataforma de negociação de carbono com sede em Cingapura e inaugurou em parceria com a brasileira BlockC seu escritório no centro do Rio de Janeiro. A empresa deverá iniciar suas operações no Brasil ainda na primeira metade de 2022. Serão leiloados 10 milhões de toneladas de créditos originados de 30 projetos verdes nacionais, os projetos são de geradoras de energia limpa, conservação de florestas, entre outros.

Como funciona a plataforma?

A plataforma de negociação de carbono possui uma tela de negociação de commodities com as cotações, livro de oferta e gráficos de preço, os compradores são empresas que compensam as emissões de maneira voluntária, enquanto os vendedores são projetos originadores de crédito, existem também os chamados especuladores.

Os créditos são listados para ir para renegociação dentro da plataforma, funcionando como uma espécie de mercado secundário. O objetivo da plataforma é oferecer transparência de preços e simetria de informações.

 Mercado voluntário

A plataforma criada há um ano atrás, foi desenvolvida por dois estadunidenses com experiência na implementação de mercados de commodities e bolsas de valores na Ásia. Atualmente, é uma das maiores plataformas do mundo se tratando do mercado voluntário.

Cerca de 20% dos créditos de carbono do mundo são gerados pelo Brasil, o que torna o país uma prioridade. Por isso, a ideia é atrair 100 projetos nacionais nos próximos anos para a AirCarbon.

Os créditos de carbono são certificados digitais emitidos pelas instituições que capturam ou neutralizam o CO2 assim como outros gases nocivos. Os créditos são uma medida padronizada e equivale a uma tonelada de dióxido de carbono. Entretanto, existem diferentes cotações para o crédito, um crédito de energia renovável custa de US$ 1,50 a US$ 4,00 a tonelada, já a conservação de floresta com a marca da Amazônia pode valer de US$ 8,00 a US$ 12,50 por tonelada.

Apesar de possuir características commodities, os créditos de carbono não se enquadram nos 20% do valor mobiliário, sendo assim, no são supervisionados pela Comissão de Valores, a CVM. 

 

Hannah Aragão
Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, a UFPE. Atuei em diferentes áreas da comunicação, como endo marketing, comunicação estratégica e jornalismo impresso. Atualmente me dedico ao jornalismo online na produção de matérias para o FDR.