Na última quarta-feira (5), o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) divulgou a ata da reunião feita em dezembro. O documento indicou o interesse de antecipar a alta dos juros nos EUA. Diante dessa perspectiva, as bolsas globais, como a bolsa de valores brasileira podem ser impactadas.
Como forma de controlar a inflação, o Banco Central norte-americano indicou que considera antecipar o aumento dos juros — e reduzir, mais rapidamente, a compra de ativos do mercado.
A elevação dos juros nos Estados Unidos impacta a liquidez dos mercados mundiais, e aumenta o custo de capital das empresas. Como resultado, as bolsas são afetadas.
O rendimento do Treasury de 10 anos — que é um parâmetro mundial para decisões de investimento — chegou a registrar 1,808%. Isso acontece diante da perspectiva de alta dos juros dos EUA já em março.
A escalada nos rendimentos dos Treasuries afasta os investidores de aplicações de risco. Diante disso, os mercados de nações emergentes, como o Brasil, são grandemente prejudicados.
Antes da ata, analistas de mercado consultados pela CNN informavam que a curva de juros estava precificando 63% de possibilidade de que os juros aumentassem em março. Agora, o número elevou para 81%.
Os analistas também estivam que é mais provável que o Federal Reserve promova quatro aumentos de juros neste ano — em vez de duas.
Desempenho recente da bolsa de valores brasileira
Diante da estimativa de alta de juros nos Estados Unidos, o principal índice da bolsa, o Ibovespa, encerrou esta segunda-feira (10) em queda. A desvalorização foi de 0,75%, a 101.945 pontos. Das 93 ações do Ibovespa, 62 tiveram queda no dia.
Já no fechamento desta terça-feira (11), o Ibovespa teve elevação de 1,80%, a 103.778 pontos. O desempenho positivo do índice da B3 acompanhou o discurso mais brando do presidente do Fed, Jerome Powell.
Ele declarou que os Estados Unidos estão em “uma era de juros muito baixos” — e possivelmente seguirão nesta configuração, apesar das estimativas de alta da taxa em breve. Segundo Powell, o Federal Reserve deve levar “entre três e quatro encontros” para a decisão da questão do balanço.