Em novembro do ano passado a HBO Max lançou o documentário Confisco, uma produção que conta mais detalhes do impacto do Plano Collor no país.
Após 30 anos, o documentário relembra como foi que aconteceu o bloqueio do dinheiro que os brasileiros tinham em suas contas poupança no começo de 1990 e como isso afetou a vida de milhares de pessoas.
O documentário foi feito por meio de depoimentos de pessoas que estavam diretamente envolvidas no Plano Collor, como a ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo, além de brasileiros comuns que foram afetados pelas decisões econômicas feitas pelo governo da época.
Além disso, foram entrevistados a jornalista econômica Lillian Witte Fibe, o sindicalista Vicentinho, os economistas Gustavo Loyola e Luiz Gonzaga Belluzzo, o advogado Josué Rios e o sociólogo Brasilio Sallum Jr, figuras muito importantes no contexto histórico.
Confisco
O governo do presidente Fernando Collor bloqueou as reservas bancárias da população, incluindo as poupanças, como tentativa de conter a inflação, que na época chegava a impressionantes 80% ao mês.
De acordo com as novas regras, as pessoas podiam retirar, no máximo, 50.000 cruzados novos, a moeda da época. Todo o restante acima desse valor ficava retido.
Esse documentário mostra como as famílias sofreram com os efeitos dessa decisão política, além de explicar como o Brasil chegou a esse ponto. O impacto foi enorme para os cidadãos, que viviam um clima geral de esperança após a primeira eleição direta depois do período da Ditadura Militar.
Inflação
Nos anos que antecederam o Plano Collor foram de hiperinflação, cenário que começou a se estabelecer em 1973, com a crise internacional do petróleo e o agravamento gradual da situação econômica. No final da década de 1980, o aumento dos preços chegava a 2.000% ao ano.
O governo de José Sarney, que antecedeu Fernando Collor de Mello, já enfrentava uma situação difícil de aumento de preços. Os dois planos econômicos colocados em prática durante o período, Plano Bresser, em 15 de junho de 1987.
Além disso, o Plano Verão, em 15 de janeiro de 1989, ambos incluíam o congelamento de preços e salários. No entanto, a medida não só gerava um desabastecimento de produtos, como a inflação voltava assim que o congelamento era suspenso.
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