Fundos de investimentos tiveram captação recorde em 2021; aprenda a investir nesta categoria

Pontos-chave
  • Os fundos de renda fixa foram favorecidos pela alta da taxa de juros;
  • Classes mais arrojadas tiveram redução no último ano;
  • Existem algumas etapas para começar a aplicar nestes fundos.

Em 2021, a indústria de fundos de investimentos registrou captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 369 bilhões. Esta é a maior quantia da séria histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que se iniciou em 2002.

Fundos de investimentos tiveram captação recorde em 2021; aprenda a investir nesta categoria
Fundos de investimentos tiveram captação recorde em 2021; aprenda a investir nesta categoria (Imagem: Montagem/FDR)

Em comparação a 2020, houve um crescimento na captação de 106,3%. Há dois anos, os fundos de investimentos foram impactados fortemente pela pandemia de covid-19.

Em dezembro de 2021, o patrimônio líquido da indústria chegou a R$ 6,9 trilhões. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve uma alta de 12,7%.

Fundos de renda fixa impulsionaram o desempenho geral

A renda fixa liderou as captações no ano. Estes fundos totalizaram saldo líquido de R$ 215,2 bilhões. O resultado está acima da média dos últimos dez anos — e também é recorde da série histórica para a classe.

A renda fixa foi beneficiada pelo cenário de elevação da taxa Selic. Em 2020, diante de um patamar mais baixo da taxa básica de juros, essa classe teve perdas de R$ 38 bilhões.

O diretor da Anbima, Pedro Rudge, afirma que, em meio aos aumentos da Selic — decorrentes da alta da inflação em 2021 e as incertezas fiscais — a associação observou “uma maior aversão a risco dos investidores e, consequentemente, uma retomada aos fundos de renda fixa”.

Classes mais arrojadas tiveram redução

Por outro lado, a Anbima identificou reduções nas classes mais arrojadas, como ações e multimercados.

Os fundos multimercados encerraram 2021 no azul, mas com desempenho abaixo do registrado em 2020. No ano passado, houve captação líquida positiva de R$ 59,6 bilhões. Já há dois anos, o valor tinha sido de R$ 104,5 bilhões.

Os fundos de ações, por sua vez, tiveram captação de R$ 200 milhões em 2021. Em comparação a 2020, foi identificado um recuo de 99%, quando tiveram um saldo líquido de R$ 73,3 bilhões.

O diretor da Anbima declara que a classe de ações tem apresentado bons resultados desde 2018. No primeiro semestre, houve um movimento concentrado de mercado que afetou esses fundos — com um resgate de R$ 43,9 bilhões.

Já na segunda metade do ano, Pedro explica que a captação da classe foi impactada pelo ritmo de aumento dos juros, pela queda do Ibovespa e pela maior atratividade dos fundos conservadores.

Como aplicar em fundos de investimentos

Segundo o Capital Research, é possível aplicar em fundos de investimentos por meio destes passos:

  1. Estabeleça os objetivos: o interessado deve avaliar quando precisará do dinheiro, qual o risco que aceita tomar e quais são os objetivos com a quantia.
  2. Monte a estratégia: significa estabelecer a alocação ideal para cada fundo imobiliário e outros ativos no portfólio. A estratégia precisa ser mantada conforme os objetivos e perfil de risco.
  3. Conheça os fundos e entenda as estratégias: a pessoa deve buscar os fundos que melhor atendam os objetivos. É preciso procurar compreender detalhes das estratégias de todos os fundos de interesse.
  4. Compare custos, taxas e investimento inicial: o interessado precisa comparar os custos para aplicar, como taxas de administração e de performance, além da aplicação inicial.
  5. Compare rentabilidade e volatilidade: é necessário analisar a rentabilidade do fundo ao longo do tempo, via comparação com o respectivo benchmark (alvo de referência). A pessoa deve comparar a rentabilidade com a volatilidade — que aponta quanto as cotas de fundo oscilaram ao longo do tempo.
  6. Crie a conta em alguma corretora: a pessoa deve criar uma conta em alguma corretora de valores — que disponibilize os fundos selecionados para compor a carteira.
  7. Transfira o dinheiro: após a aprovação da conta, a corretora enviará os dados bancários por e-mail. Assim, será possível efetuar a transferência dos valores que pretende aplicar nos fundos.
  8. Comece a aplicar: agora, basta realizar os aportes dos fundos escolhidos, conforme a estratégia escolhida. A pessoa também deve acompanhar o desempenho dos fundos nos respectivos sites ou em outras plataformas.

Nova classificação de fundos de investimentos da Anbima

A Anbima estabeleceu uma nova classificação de fundos. Segundo a associação, ela agrupa fundos com as mesmas características — de forma a identificar pelas suas estratégias e fatores de risco.

Na nova classificação de fundos, as aplicações são divididas em três níveis:

  • 1º Nível: Classes de Ativos (que mais se adequa ao respectivo investidor)
  • 2º Nível: Riscos (o risco que o investidor está disposto a correr)
  • 3º Nível: Estratégias de investimento (que se adequam aos objetivos e necessidades do investidor)

A Anbima declara que essa hierarquia estabelece um caminho que ajuda a orientar a decisão. Além disso, conduz a um maior alinhamento entre as expectativas do investidor, suas restrições e seu apetite ao risco, e os produtos disponíveis para ele.

Os três níveis

No primeiro nível, os fundos são agrupados por classe de ativos:

  1. Fundos de renda fixa
  2. Fundos de ações
  3. Fundos multimercados
  4. Fundos cambiais

No segundo nível, os fundos são classificados segundo o tipo de gestão (ativa ou passiva). Para a gestão ativa, a classificação é desmembrada de acordo com a sensibilidade à taxa de juros:

  1. Fundos indexados
  2. Fundos ativos
  3. Fundos de investimento no exterior

No terceiro nível, os fundos são classificados conforme a estratégia. Se enquadram, por exemplo, os fundos dinâmicos, fundos soberanos e os setoriais, entre outros.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.