Nos últimos 10 anos, a presença de mulheres como investidoras na Bolsa de Valores teve um tímido crescimento, mesmo com interesse pela renda variável aumentando em todo o país. As mulheres na bolsa representam apenas 27% dos investidores atuais da bolsa, resultado que fica somente dois pontos percentuais acima do resultado obtido em 2011, de acordo com a B3.
As investidoras respondem por 1,114 milhão de CPFs cadastrados na bolsa, ao passo que os homens respondem por 2,9 milhões.
Uma destas investidoras é a influenciadora de investimentos da Clear Corretora, Ariane Campolim. Atuando como “trader”, ela cursou a faculdade de física Médica, porém, começou a se interessar pelo mercado financeiro ao cursar uma disciplina opcional de economia e entrar na área de tecnologia de um banco. Após tudo isso, Ariane se matriculou em vários cursos para aprender a atuar no segmento, investindo cerca de R$ 30 mil neles.
Ela, que atualmente faz conteúdos sobre a sua rotina no mercado, diz que a presença das mulheres ainda é restrita no mundo dos investimentos por conta do reflexo da sociedade. “Não só no mundo das finanças, em toda a sociedade as mulheres eram excluídas. Por isso, algumas profissões ainda têm predominância masculina”, afirmou a influenciara ao Valor Investe.
Em sua visão, este cenário deve ser melhorado em decorrência da popularização dos investimentos e do crescimento da educação financeira. “A Clear tem uma iniciativa de mulheres na bolsa e ajudamos a mostrar como conciliar ter um trabalho, cuidar dos filhos e ter liberdade financeira.”
A fundadora e CEO da Fin4she, Carolina Cavenaghi, iniciativa que tem o objetivo de promover a participação das mulheres no mercado financeiro, diz que o recente período de juros baixos, com a Taxa Selic em 2% ao ano, foi um cenário promissor para despertar as mulheres para o mundo dos investimentos. Simultaneamente, a representatividade das mulheres nas redes sociais vem crescendo.
“As mulheres precisam falar mais sobre investimentos, e isso não é só ir atrás de um gerente de investimentos, mas conversar entre nós. Há muito preconceito em relação a mulheres falando sobre investir. É algo normal entre homens, mas nós temos medo de soarmos arrogantes ou superiores”, disse Cavenaghi.