Fundos Imobiliários: XP recomenda fundos de papel; saiba como funcionam

Pontos-chave
  • Metade da carteira recomendada pela XP está alocada em fundos de papel;
  • A corretora possui indicação com caráter mais defensivo;
  • Os fundos imobiliários apresentam variação diária.

No último relatório deste ano, a XP informa que a carteira recomendada de fundos imobiliários segue com maior alocação em FIIs com caráter mais defensivo. Os fundos de “papel” representam metade da carteira da corretora, indicada pelos analistas Maria Fernanda Violatti e Ronaldo Candiev.

Fundos Imobiliários: XP recomenda fundos de papel; saiba como funcionam
Fundos Imobiliários: XP recomenda fundos de papel; saiba como funcionam (Imagem: Montagem/FDR)

Os analistas da XP informam que dezembro foi marcado por um cenário de alta dos principais fundos imobiliários. O principal impulso deste mês veio dos fundos de tijolos.

Mesmo com a grande volatilidade no mercado, em meio às notícias relacionadas à nova variante ômicron, o Índice dos Fundos Imobiliários (IFIX) acumula no mês.

O tema de destaque continua sendo a inflação. Segundo o boletim Focus, o resultado esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro deve ser de elevação de 0,69%. Para os próximos 12 meses, a inflação estimada é de aproximadamente 5,11%.

Na perspectiva dos fundos imobiliários, a alta da taxa Selic — chegando ao patamar de 9,25% ao ano — segue pressionando as cotas dos FIIs no mercado secundário.

Além disso, diante de um cenário de incertezas políticas, os analistas seguem com a preferência em fundos imobiliários do segmento de papel, por conta do seu caráter mais defensivo.

Apesar do cenário macroeconômico mais desafiador, a XP destaca que o boletim da B3 segue registrando aumento no número de investidores pessoa física em FIIs. Em novembro deste ano, houve mais de 1,5 milhão de investidores.

Na avaliação da corretora, isso demonstra “que esses ativos se mantêm atrativos mesmo perante cenário de alta da taxa de juros Selic”.

Carteira recomendada de fundos imobiliários da XP

A carteira recomendada da CP mantém a maior alocação em FIIs com aspecto mais defensivos, entre eles, fundos de recebíveis e ativos logísticos.

Na visão dos analistas, os segmentos de shopping centers e lajes corporativas, no curto prazo, podem seguir mais pressionados — mesmo após a flexibilização das restrições de circulação de pessoas, e funcionamento das atividades de comércio e serviços, de forma a impactar em seus dividendos.

Sendo assim, a distribuição entre os segmentos acontece dessa forma:

  • Recebíveis (50,0%);
  • Logística (20,0%);
  • Híbridos (12,5%);
  • Lajes Corporativas (10,0%); e
  • Fundos de Fundos (7,5%).
O número de pessoas investindo em fundos imobiliários vem aumentando
O número de pessoas investindo em fundos imobiliários vem aumentando (Imagem: Montagem/FDR)

Avaliação da XP sobre os fundos de papel

Como argumento para alocar metade da carteira em fundos de papel, a XP informa que estes possuem “bom rendimento e menor risco de perda de patrimônio”.

Segundo a corretora, estes tipos de FIIs “são uma ótima alternativa para diversificação e mitigação de risco, principalmente em períodos de alta volatilidade do mercado”.

Em meio ao cenário macroeconômico com perspectiva de alta inflação no curto e médio prazo, os analistas seguem observando a relação de risco-retorno ainda atrativos nos fundos de papel, “principalmente para os fundos que estão atrelados à IGP-M e IPCA em detrimento aos de CDI”.

Os fundos de papel

Os fundos de papel são fundos de investimento que focam em títulos e papéis do mercado imobiliário — como certificados de recebíveis (CRIs), letras de crédito imobiliário (LCIs) e letras hipotecárias (LHs).

Este é um ativo de renda variável, com cotas negociadas na Bolsa de Valores. Com isso, há variação diária, conforme o interesse do mercado financeiro em adquirir ou vender o ativo.

Como um todo, os fundos imobiliários são o resultado do conjunto de pessoas interessadas em investir em imóveis, sem, necessariamente, adquirir e administrar imóveis.

As cotas de cada acionista são proporcionais à sua aplicação no fundo imobiliário em questão. Sendo assim, quanto maior valor aplicado no FII, maior será o total de cotas que terá posse. As cotas podem se valorizar pela gestão positiva do imóvel ou do setor aplicado.

O investimento em fundos de papel

O interessado em investir em fundos de papel precisa abrir conta em uma corretora de valores.

Ao abrir a conta, a pessoa realizará um questionário — para compreender o próprio perfil de investidor. Desse modo, a corretora poderá indicar quais são as aplicações mais indicadas para as características pessoais da pessoa.

Os FIIs de papel são negociados diretamente na Bolsa brasileira, a B3. Na Bolsa, os fundos imobiliários, em seu código, terminam em 11. Este número aparece após uma sigla formada por quatro letras.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.