Desde março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem elevado a taxa Selic. Desde então, foram realizadas sete altas consecutivas, até chegar ao patamar atual de 9,25% ao ano. Conforme expectativas do mercado, entenda se a Selic sobe ou desce em 2022.
A Selic atual representa o maior patamar em mais de quatro anos. O movimento de alta da taxa básica de juros tem o objetivo de controlar a inflação. Ao elevar a Selic, os empréstimos e créditos se tornam mais caros. Como consequência, o consumo tende a reduzir — de forma a provocar a queda dos preços.
O Brasil vem enfrentando uma inflação constante. No acumulado deste ano até novembro, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já chega a 9,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Selic sobe ou desce em 2022?
Segundo um levantamento realizado pelo Valor, o mercado prevê que o ciclo de alta de juros continuará em 2022. Os agentes preveem que o movimento deve seguir nas primeiras reuniões, do próximo ano, do Copom.
Conforme uma mediana de 107 instituições financeiras e consultorias, ouvidas entre os dias 15 e 20 de dezembro, no fim de 2022, a Selic deve chegar a 11,75% ao ano. Este patamar para a taxa de juros é o mesmo projetado para o encerramento do atual ciclo de alta.
Na pesquisa anterior, feita antes da última reunião do Copom de dezembro, os agentes financeiros estimavam que a Selic encerrasse 2022 a 11,50% ao ano. De qualquer modo, anteriormente, os economistas já previam que a taxa de juros chegasse a 11,75% no fim do ciclo.
Em entrevista ao Valor, o economista-chefe e sócio da Quantitas, Ivo Chermont, afirma que o cenário de inflação não permitirá que o Banco Central considere cortar os juros, “sob o risco de perder as expectativas”.
Conforme o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, os economistas consultados estimam a taxa Selic em 11,50% ao ano para o fim de 2022. Estes dados foram colhidos na semana passada. A pesquisa contou com a participação de mais de 100 instituições financeiras.