Recentemente, a epidemia de gripe tem impactado diversos estados do país. Este cenário na área de saúde vem causando preocupação no mercado financeiro local. Como resultado, empresas de saúde passam por pressão na Bolsa de Valores.
Na última quarta-feira (22), a Hapvida comunicou que, nas últimas semanas, houve uma alta “significativa” de atendimento a pacientes com “sintomas típicos de viroses”. De acordo com a empresa, este aumento pode impactar no sinistro do quatro trimestre.
No dia 20 de dezembro, a companhia teve, dentro de sua própria rede, 14 mil atendimentos de urgência de emergência relacionados a síndromes respiratórias. A Hapvida afirma que essa tendência pode afetar negativamente os custos médios no quarto trimestre.
Diante disso, no fechamento da última quinta-feira (23), as ações da Hapvida (HAPV3) diminuíram 4,16%, a R$ 10,59. Os papéis da NotreDame Intermédica (GNDI3) caíram 3,24%, a R$ 61,45. Os ativos da SulAmérica (SULA11) apresentaram redução de 1,74%, a R$ 61,45.
Efeito da epidemia de gripe deve afetas custos de empresas de saúde
À Reuters, o analista de saúde da XP, Rafael Barros, alegou que o efeito da variante ômicron e da gripe deve pressionar os custos de companhias de saúde. Sobre este cenário, ele declara que o mercado pode interpretar que “isso pode atrasar a recuperação dessas empresas”.
Conforme o analista, os papéis de hospitais também reduziram porque foram impactados pela queda no setor, como um todo.
No entendimento dos analistas do Itaú BBA, mesmo que o comunicado da Hapvida tenha afetado suas ações — e de outros ativos do segmento —, o mercado tem reagido excessivamente.
O argumento é que, no momento, o BBA não observou essa elevação nas consultas de pronto-socorro provocando uma alta nas internações. Nesta hipótese, haveria mais prejuízo para a sinistralidade da companhia no curto prazo, segundo apontado pelos analistas.
Os analistas do Bradesco BBI apontaram alguns dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), relativos a novembro, que entendem como levemente negativos para as operadoras de planos de saúde.
Isso por conta do maior número de atendimentos em unidades de emergência e manutenção de exames diagnósticos em níveis superiores.
Os analistas estimam que essas tendências devem se potencializar nos próximos meses. O motivo é o surto que se iniciou no Rio de Janeiro, e vem se propagando para outros estados.