Em dezembro, diversas empresas da bolsa estão recomprando suas ações. Entre essas companhias, estão a CSN, Via, Iguatemi e Vamos. Algumas destas empresas têm passado por uma fase difícil e, diante isso, decidiram por este movimento.
A recompra de ações significa que a companhia listada em Bolsa comprou percentuais de sua própria empresa — para deixar em custódia (guardar) ou até mesmo cancelar.
Geralmente, este movimento acontece quando o preço das ações no mercado é considerado muito baixo pela gestão. Ao guardar os papéis em sua tesouraria, a empresa poderá esperar outro momento mais apropriado para vender novamente ao mercado, por um valor maior.
Contudo, há outros motivos para a recompra de ações. A companhia pode desejar usar os papéis internamente — para gratificar executivos ou acionistas —, ou para usar como parte de pagamento em alguma operação de aquisição.
No caso de cancelar os papéis, a companhia reduz a oferta de ações em circulação. Neste cenário, os acionistas tendem a se beneficiar, conforme informado pelo assessor da Valor Investimentos, Paulo Luives, ao 6 Minutos.
Isso porque o número de papéis e acionistas diminuirá. Consequentemente, o lucro da companhia será compartilhado com menos pessoas, o que torna o ganho individual maior.
O movimento ainda pode acontecer por que a companhia tem dinheiro sobrando em caixa, e não planeja realizar algum projeto novo, compra ou uso melhor do dinheiro ocioso.
Empresas da bolsa estão recomprando suas ações: leitura do mercado
A leitura do mercado, sobre o movimento de recompra de ações, dependerá da motivação da companhia. Existem casos que essa atitude é bem vista pelo mercado. Quando existe a interpretação de que a empresa tem conhecimento do seu próprio valor, passa a ideia de que confia no negócio.
Na situação de guardar os papéis, para vender futuramente, passa o tom de prudência e zelo.
Ao 6 Minutos, a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, alega que a recompra para cancelar as ações também é interpretada como positiva.
Ao realizar essa medida, a distribuição de dividendos será para um número menor de acionistas. Com isso, a companhia reterá mais lucro pelos papéis que tem.
Contudo, se a empresa tinha um excedente de caixa — e não tinha nada melhor para fazer com ele — isso dá a impressão de que não tem projetos interessantes, não está investindo no negócio ou não possui espaço para crescer.