Após recorde de rejeição, Bolsonaro anuncia possível aumento do Auxílio Brasil e pagamento do Vale-Gás

Pontos-chave
  • Novo aumento no Auxílio Brasil ou antecipação do vale gás são estratégias para reeleição;
  • O governo chegou a falar no pagamento de R$ 800 dentro do Auxílio Brasil;
  • O vale-gás pode ser liberado ainda nessa semana, antes do Natal.

O presidente Jair Bolsonaro tem anunciado medidas e novos benefícios, principalmente visando a classe de baixa renda. Devido aos números apresentados recentemente nas pesquisas eleitorais, fica fácil entender que um novo aumento no Auxílio Brasil ou antecipação do vale gás são estratégias para reeleição.

Em novembro, o programa que deu fim ao Bolsa Família, pagou aos beneficiários algo em torno de R$ 271. Já neste mês, subiu para R$ 400 por família. Nessa semana, foi falado sobre um aumento expressivo no valor do atual Auxílio Brasil. 

A ideia é que o valor mensal chegue a R$ 600, ou a R$ 800 como foi defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. E embora essas decisões pareçam financeiramente assustadoras para o país, o presidente tem se mostrado favorável a um reajuste.

Tudo porque, ele quer aumentar sua popularidade entre os mais vulneráveis. E considerando a alta no desemprego, inflação subindo, salário mínimo abaixo do INPC, entre outras situações, um auxílio financeiro aos de baixa renda seria como um alívio.

Pesquisa eleitoral para 2022

No próximo ano os eleitores brasileiros terão que escolher o presidente da República, governadores, deputados e senadores. Por esse motivo, desde já começam a ser feitas as pesquisas com as intenções de voto.

Segundo o Datafolha, Luís Inácio Lula da Silva (PT) lidera o ranking com 48% dos votos já no primeiro turno. Enquanto isso, Jair Bolsonaro (PL) ocupa a segunda posição com 22% das intenções de voto, e o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) estaria com 9% dos interesses.

O grande desafio de Bolsonaro, seria então, vencer Lula ou buscar a disputa em segundo turno com o ex-presidente. Acontece que, Lula tem um eleitorado muito forte dentro das classes C e D do país, justamente as que recebem os auxílios financeiros.

Foi Lula quem administrou o Bolsa Família por longos anos, e por isso, criou uma legião de brasileiros que admitem admirar o seu trabalho mesmo com um governo marcado fortemente por acusações de corrupção.

Pensando nisso, Jair Bolsonaro tem pretendido incrementar os projetos sociais para que seu governo também seja lembrado dessa forma. Aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600 seria algo, verdadeiramente, histórico.

Vale-gás pode ser antecipado

Não só de Auxílio Brasil vivem os projetos do presidente. Nessa semana, os portais de notícia começaram a notificar uma possível parcela relâmpago do vale-gás. Isso porque, o orçamento para bancar o programa foi aprovado no Congresso no dia 17 de dezembro.

São R$ 300 milhões disponíveis para financiar o pagamento deste crédito para as famílias mais vulneráveis. Distribuindo um valor de em média R$ 54, metade do que tem sido cobrado por um botijão de gás de cozinha de 13 quilos.

O pagamento seria feito a cada dois meses. Mas, saindo nessa semana, seria considerado como um presente de Natal adiantado aos beneficiários. Que poderiam utilizar do valor para garantir sua ceia de Natal.

Estima-se que 5,5 milhões de famílias sejam beneficiadas. No entanto, a quantia liberada no orçamento não seria suficiente para bancar o pagamento do gás para moradores de 17 estados brasileiros.

O botijão tem subido constantemente, o que dificulta que as famílias mais pobres consigam bancá-lo. Em algumas cidades o produto chega a custar mais de que R$ 104.

Estão sendo usadas medidas alternativas, como o fogão a lenha. Uma pesquisa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostrou que no ano passado 26,1% dos lares preferiram usar lenha para cozinhar. 

Impactos de alterações em benefícios sociais

Tanto o Auxílio Brasil quanto o vale-gás, são muito mais do que uma estratégia política, caso consolidados com valor reajustado ou antecipado, beneficiariam mais de 17 milhões de pessoas.

No entanto, o que impede o governo de criar essas políticas públicas é muito mais a fiscalização orçamentária. Bolsonaro precisa ter o discernimento de que embora a criação de benefícios seja benéfica para o seu governo e população, os cofres públicos seriam fortemente afetados.

Até mesmo por isso, existe uma pressão dos próprios apoiadores do presidente, e do mercado financeiro, que imploram por cautela no uso do orçamento público.

As preocupações estão ligadas, entre outros pontos, a Bolsa de Valores, investimentos exteriores, alta no dólar e mais.

Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]