Pagar parcela mínima do cartão de crédito é uma furada? Saiba o que dizem os especialistas

É bom os brasileiros irem se preparando para um ano não tão fácil assim. A previsão é que em 2022 haja alta no endividamento, inadimplência e menos condições de contratar um empréstimo. Os dados começam agora, em 2021 muitas pessoas preferiram usar o rotativo do cartão de crédito, ou seja, o pagamento da parcela mínima.

Em outubro deste ano, foram R$ 21,6 bilhões movimentados dentro dessa operação. O que significa 29,9% a mais que em outubro de 2019.

As altas não param por aí, a taxa de juros do rotativo chegou a 343,55% ao ano, a mais alta desde 2017. Todos os dados foram contabilizados e divulgados pelo Banco Central (BC).

Esses números indicam que grande parte da população brasileira tem optado por pagar a parcela mínima do cartão de crédito, e usar o dinheiro restante para os gastos mais essenciais. Incluindo a ida ao supermercado, a conta de água, luz ou o plano de saúde.

Quando é oferecido o crédito rotativo do cartão de crédito?

Para quem não está familiarizado com esse tipo de operação, é bom saber que o rotativo é liberado quando o cliente não tem condições de arcar com o valor total da fatura do seu cartão.

Diante disso, opta por pagar o menor valor liberado pela operadora. Em suma, esse esquema funciona como uma espécie de empréstimo, já que na próxima fatura, além do valor daquele mês ainda será cobrado o restante que não foi pago no mês anterior. 

De acordo com a fintech Zippi, esse tipo de crédito é o menos vantajoso dentro do mercado. O motivo é simples: a alta de encargos e impostos cobrados em uma única operação.

Situações como essa forçam o endividamento, e mostram uma previsão nada otimista para o início de 2022. Quanto mais pessoas prorrogam suas dívidas, mais pessoas têm chances de ficar com o orçamento apertado.

Como evitar uma dívida com o cartão de crédito?

Não é fácil, já que os brasileiros têm enfrentado constantes altas no preço dos itens mais básicos para sobrevivência. No entanto, evitar uma dívida com seu cartão de crédito é a melhor solução.

Andrea Avedissian, brand manager na Zippi, faz uma orientação detalhista sobre o assunto.

Evitar realizar compras parceladas é uma das principais formas de evitar o endividamento. Por essa razão, é importante realizar antes as contas para saber se a dívida que pretende fazer, está dentro do seu orçamento. Uma dica é se perguntar se o valor pode ser quitado à vista no momento que a fatura chegar. Outra ação simples que ajuda e muito nessa dinâmica é acompanhar os gastos constantemente no aplicativo do seu cartão de crédito”, afirma.

E tem mais, uma dica valiosa é realizar um planejamento financeiro de curto e longo prazo. Listando todos os seus gastos mensais de janeiro a dezembro de 2022, considerando até os mais supérfluos.

Acredite, planejamento financeiro é o primeiro passo para ter sucesso dentro das suas contas. E isso não depende do quanto você ganha por mês, seja R$ 1.100 ou R$ 11.000. Saber planejar o que você pode gastar e quanto, vai fazer uma grande diferença na sua vida.

A fintech ainda orienta que do total recebido pelo cidadão, pelo menos 10% seja destinado a um investimentoPodendo ser de baixo risco, como o Tesouro Direito. O que ajuda aquela pessoa a criar uma reserva de emergência, caso aconteçam eventualidades ao longo do ano.

Caí no rotativo, e agora?

Em um momento de desespero financeiro você preferiu pagar a parcela mínima do seu cartão de crédito? Se sim, calma, embora pareça uma bola de neve essa situação tem solução.

De acordo com uma lei a nível federal, o cliente só pode usar 30 dias de crédito rotativo. Isso significa que se no mês seguinte suas contas se apertarem e você não tiver condições de arcar com elas, o banco é obrigado a oferecer uma condição mais vantajosa. 

Uma das opções é o parcelamento total, que tem um juros menor em torno de 7,62%, e que pode ser usado para quitar os débitos acumulados. Quando conseguir respirar financeiramente, o cidadão pode antecipar sua fatura e contar ainda com menos juros.

A solução ideal nesse caso é procurar a operadora do seu cartão de crédito, mostrar-se interessado em quitar os débitos já existentes e indicar quais as suas formas disponíveis para pagamento. Em conjunto, os dois lados devem chegar em uma melhor solução para ambos.

Lembrando que deixar de pagar a fatura implica em um endividamento com cobrança de multas e juros, e restrição do seu CPF. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com