Nesta quinta, 16, o FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou o fechamento de seu escritório em Brasília. As atividades seguirão somente até o dia 30 de junho do ano que vem, momento em que termina o mandato da sua atual representante no Brasil.
“Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, à medida que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e de suas configurações institucionais”, disse o FMI ao jornal O Estado de S. Paulo.
A decisão sobre o fechamento do escritório brasileiro foi comunicada um dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarar que o governo solicitou ao órgão internacional dispensar sua missão no país.
“Estamos dispensando a missão do FMI … Dissemos para eles fazerem previsão em outro lugar”, disse Guedes, na última quarta, 15, em um encontro com empresários na Fiesp.
O ministro lembrou das previsões do fundo, do encolhimento próximo de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, primeiro ano da pandemia. No fim, a queda foi de 3,9%.
Guedes, após repetir que o Brasil “surpreendeu o mundo” ao cair menos da metade do previsto, a “desgraça” agora está sendo prevista para 2022. “Eles vão errar de novo”, afirmou Guedes.
O FMI foi criado em 1945 e é um dos mais importantes órgãos financeiros do mundo e reúne atualmente 190 países-membros, incluíndo o Brasil.
Programa inativo
Na nota divulgada pelo Ministério da Economia, foi dito ao FMI que “não será mais necessário” que o fundo mantenha seu escritório no Brasil a partir de julho de 2022
“O Fundo mantém escritórios apenas em países com os quais tem programa ativo, o que torna obsoleta a manutenção de um escritório no país. No caso brasileiro, o último acordo financeiro com o FMI ocorreu em 2002 e foi pago antecipadamente em 2005. O Brasil hoje é credor do FMI”, dizia a nota.
“O Brasil valoriza o diálogo construtivo com o FMI, participa ativamente das atividades e iniciativas do fundo, inclusive as que resultaram em auxílio internacional aos países vulneráveis durante a pandemia e permanece comprometido em continuar trabalhando para garantir um relacionamento frutífero com o organismo”, falou o ministério.