O Fed (Federal Reserve), de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta, 15, após a última reunião do ano, irá acelerar o processo de normalização da política monetária.
É planejado pelo Banco Central dos Estados Unidos terminar em março, em vez de junho, o tapering, o processo de diminuição da injeção de estímulos na maior economia do planeta através da compra de títulos. Mais importante, essa antecipação abre espaço para que no próximo ano, aconteçam três aumentos da taxa de juros, que está no intervalo entre zero e 0,25%.
“O desenvolvimento da economia e mudanças no cenário garantem essa evolução da política monetária, que continuará a providenciar o suporte apropriado para a economia”, falou Jerome Powell, presidente do Fed, na entrevista coletiva dada a imprensa após a revelação do comunicado.
O programa mensal de compra de títulos terá seu tamanho reduzido para US$60 bilhões a partir do inicio do ano que vem, até atingir US$0 em março. O montante foi de US$120 bilhões no início da pandemia em março de 2020, até o mês de outubro deste ano, até que começou a ser reduzido em US$15 bilhões em novembro e dezembro.
Após a decisão do Federal Reserve, os contratos de juros futuros passaram a precificar o primeiro crescimento da taxa em maio deste ano.
A mudança na condução da política monetária mais importante do mundo trará reflexos mais relevantes sobre os mercados globais, em especial, de países emergentes como o Brasil. Isso acontecerá por conta da diminuição da liquidez de capital no planeta e, por tabela, do fluxo de recursos que buscam retorno em ativos de maior risco.
As ações na bolsa brasileira e o câmbio, que propende a ficar mais depreciado, são os principais canais de impacto do processo de normalização da política monetária pelo Fed.
Logo após a divulgação, que aconteceu às 16h, horário de Brasília, os índices de ações do S&P 500, do Dow Jones e da Nasdaq conseguiram se recuperar da leve queda com que operavam. O mesmo cenário aconteceu no Ibovespa.