Nesta quinta, 2, Adolfo Sashsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, afirmou que a queda no PIB (Produto Interno Bruto) está ligada aos “choques externos da natureza”, como a crise hídrica, por exemplo.
Em sua visão, caso o Brasil não tivesse enfrentado estes dois fatores, a economia do país teria avançado 0,3% no terceiro trimestre. A declaração do secretário acontece logo após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ter anunciado que o PIB do Brasil encolheu 0,1% no mesmo período.
Com este resultado, a economia brasileira entra novamente em uma recessão técnica.
“Mais importante do que o número é a qualidade do crescimento econômico. Temos que separar o que são choques externos da natureza do que são efeitos de política econômica”, disse Sachsida.
O secretário disse ainda que “quando olhamos os dados, temos um forte efeito climático decorrente da maior crise hídrica em 90 anos e geadas localizadas que afetaram negativamente a agropecuária. Isolando esse efeito negativo, a atividade teria crescido aproximadamente 0,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo”.
O volume de chuvas está abaixo da média deste 2020, provocando uma queda vertiginosa no armazenamento de água nos reservatórios de hidrelétricas localizados nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Juntas, as duas regiões respondem por cerca da metade da capacidade de geração de energia elétrica no Brasil. Por conta destes baixos níveis nos reservatórios, o governo autorizou o uso de termelétricas, que produzem uma energia mais cara para o consumidor.
Crescimento no próximo ano
Sashsida ao ser questionado se a projeção de alta do PIB acima de 2% para o ano que vem permanece, ele optou por não fazer uma avaliação do cenário atual e se limitou a dizer “Vamos aguardar”.
Em outubro, a Secretaria de Política Econômica reduziu de 2,5% para 2,1% a estimativa de crescimento do PIB para o próximo ano, valor bem acima, naquele momento, da previsão de alta de 0,93% do mercado financeiro.