Com situação economica, Nubank pode diminuir faixa de preço de seu IPO

Nesta terça, 30, o Nubank decidiu reduzir a faixa indicativa de preço de seu IPO (oferta inicial de ações) em Nova York para US$8 a US$9. Inicialmente, a faixa indicativa estava entre US$10 a US$11. Esta redução significa um corte de 20%. Saiba mais.

A idéia da Nu Holdings é ofertar 289,15 milhões de ações classe A em seu IPO, resultando em um montante entre US$ 2,7 bilhões a US$ 2,8 bilhões. A informação que foi antecipada nesta segunda, 29, pela Bloomberg, foi confirmada na manhã de hoje  através de um documento remetido à SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos.

Esta redução no valor do IPO da fintech acontece em meio a um cenário de quedas vertiginosas de ações de vários bancos digitais. Um dos destaques desta situação é o da  Paytm, respondível por adotar um dos maiores IPOs da Bolsa de Valores da Índia, movimentando um montante de US$ 2,5 bi. Porém, isso não foi capaz de barrar, um dia após sua estreia, o papel da fintech de pagamentos digitais tombasse  27%.

Porém, a Paytm não foi a única empresa do setor que apresentou uma queda, fazendo o mercado ficar recesso com uma aversão ao risco. Somente neste ano, a Stone, empresa brasileira de máquinas de cartão, diminuísse cerca de 80% em 2021.

Preço elevado do IPO do Nubank

Os especialistas de mercado não estavam recomendando o IPO do Nubank, mesmo ele sendo a maior fintech do mundo. Para eles, o preço da oferta estava alto.

“O Nubank apresenta uma precificação em linha com o que o mercado internacional está pagando aos maiores bancos digitais, mas não é porque o mercado está pagando que nós iremos pagar. Ou seja, não recomendaremos a adesão ao IPO”, disseram os analistas da SUNO Research em um relatório revelado no último dia, 25.

Ainda de acordo com o Suno, o preço do IPO do Nubank estava 60% mais alto do que o valor pago na última rodada de investimentos, que possuía aporte da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. “O preço é praticamente impossível de se justificar com a geração de caixa da empresa.”

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.