No início do último sábado (27), o Latam Airlines Group anunciou que apresentou um plano de recuperação judicial à Justiça dos Estados Unidos. Para evitar uma possível falência, o grupo deveria apresentar um plano de reestruturação para refinanciar sua dívida.
Em maio de 2020, a Latam entrou no capítulo 11 — chapter 11 — da Justiça norte-americana. Ao integrar este capítulo, a companhia chilena passou a ter condições especiais para negociar as dívidas com credores. O anúncio da empresa foi realizado poucas horas antes do prazo final.
O plano da Latam agora prevê uma injeção de capital de US$ 8,19 bilhões. Deste modo, a companhia segue com exclusividade na negociação das dívidas. Ela não precisará concorrer, ao mesmo tempo, com outros interessados em comandar a empresa. Entre os concorrentes, a principal é a companhia brasileira Azul.
Apesar de ter apresentado o plano de recuperação judicial, ainda há outros passos para a Latam. O tribunal deve aprovar a proposta até janeiro e os credores precisam sinalizar positivamente até março do próximo ano.
Para a aprovação, o presidente da Latam, Roberto Alvo, declarou que a companhia já conta com o apoio de grande parte dos credores. Em entrevista no último sábado (27), ele informou que a empresa possui suporte de 71% dos credores. A lei dos Estados Unidos exige dois terços do total.
Alvo espera que todo o processo seja finalizado em meados de 2022. Ele destaca que a Latam espera chegar, em 2024, a um patamar parecido ao registrado antes da pandemia de covid-19.
Dívida em meio ao processo de evitar a falência da Latam
Desde maio do ano passado, a Latam vem passando pelo processo de restruturação. Na época, a companhia chilena tinha uma dívida de cerca de US$ 18 bilhões.
De acordo com o plano da Latam, a empresa sairia do processo de recuperação com uma dívida aproximada de US$ 7,26 bilhões — e liquidez de cerca de US$ 2,67 bilhões.
Em nota, segundo a companhia, foi determinado “que este é um nível de endividamento conservador e uma liquidez adequada em um período de incerteza para a aviação mundial”.
Com isso, a Latam alega que poderá haver “um melhor posicionamento do grupo para futuras operações”.