Com a pandemia, as escolas tiveram que passar um bom período fechadas. Isto fez com que o valor das mensalidades não passassem por reajustes ou fossem pouco atualizadas. Por conta disso, em 2022, o ano deve começar compensando a inflação galopante observada neste ano e deve pesar no bolso das pessoas que mantém seus filhos matriculados em instituições particulares.
Cerca de 53% das escolas particulares de ensino fundamental e médio tem a intenção de aumentar o valor das mensalidades e da matrícula em 2022, O percentual de reajuste ficaria entre 7% e 10%, segundo 65 estabelecimentos localizados em cinco estados da consultoria Meira Fernandes, especializada em educação.
“Acredito que o reajuste vai ficar um pouquinho maior até porque a inflação deste ano está em dois dígitos”, disse o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva. Ele projeta um crescimento entre 10% e 13% no valor das mensalidades.
O reajuste das mensalidades das escolas são uma das mais importantes formas de transmissão da inflação de um ano pro outro.
“É a inércia inflacionária, a inflação de 2021 se materializando na inflação de 2022″, disse André Braz, economista e coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas.
O economista acredita que este movimento prejudica o trabalho do Banco Central de deixar inflação mais perto da meta de 3,5% em 2022, pois isso faz com que a onda de preços altos persista.
De acordo com o boletim Focus, é esperada uma inflação de 10,2% neste ano e as escolas e demais prestadores de serviços esperam conseguir incorporar os aumentos de gastos deste ano no próximo.
Rogério Caramante, gestor comercial da consultoria, diz que em entre o ano passado e este, as escolas tiveram que efetuar investimentos em tecnologia para dar conta das aulas online. “Muitas usam a plataforma do Google, com preços em dólar”, diz.
As escolas também tiveram gastos com Equipamentos de Proteção Individual e infraestrutura para fazer com que os alunos e profissionais pudessem voltar de maneira segura, fora os reajustes salariais, na faixa de 6% para auxiliares e de 11% para professores, exemplifica Caramante.