Combustível muito caro? Parte da culpa é da Opep; entenda

Em diversos países pelo mundo, a população vem presenciando o combustível muito caro. Entre os fatores que contribuem para o cenário atual, está a participação da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). Este cartel define o preço internacional do petróleo.

Combustível muito caro? Parte da culpa é da Opep; entenda
Combustível muito caro? Parte da culpa é da Opep; entenda (Imagem: Montagem/FDR)

Diversos aspectos têm feito com que o preço do combustível, ao consumidor final, esteja elevado. Um destes fatores é o preço do petróleo no mercado internacional, estabelecido pela Opep. Ou seja, este aspecto não tem influência do Brasil.

O Opep é composto por 13 países, e concentra aproximadamente 33% da produção mundial da commodity. O percentual equivale a cerca de 30 milhões de barris por dia.

Apesar da demanda pelo petróleo e derivados, a oferta não acompanhou o ritmo. Isso acontece por conta da própria dinâmica da Opep. Em diversas ocasiões, o cartel limita a produção para evitar quedas consideráveis nos valores — ou para valorizar a cotação do barril.

Em 2021, a Opep decidiu pelo cote da produção devido à pandemia de covid-19. De forma gradual, as atividades vão sendo normalizadas, segundo levantado pela BBC. Até dezembro do próximo ano, é esperado que a oferta seja retomada totalmente. Apesar disso, a demanda está acelerando em um ritmo maior.

Ao UOL, o professor de economia da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo), Paulo Roberto Feldmann, praticamente, o petróleo é o único caso que há na economia global onde um cartel é reconhecido — e ainda aceito — por todos.

Segundo ele, houve aumento no consumo “e os produtores querem aproveitar da situação”. Feldmann alega que, por ser um cartel, a organização tem a vantagem de poder combinar os valores entre ela.

Países pressionaram Opep devido ao combustível muito caro

Nos últimos meses, o preço do barril do petróleo vem aumentando. Devido a isso, nações como os Estados Unidos pressionaram a Opep e aliados — que formam a Opep+ — a aumentar a retomada.

Após os produtores da Opep+ rejeitarem os pedidos por mais oferta, os Estados Unidos decidem liberar petróleo de reserva estratégica. A medida acontece em movimento coordenado com China, Coreia do Sul, Japão, Índia e Grã-Bretanha.

Nesta terça-feira (23), o país norte-americano anunciou a liberação de 50 milhões de barris.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.