Bolsonaro fala em ideologia no Enem; por que a prova gera tanta polêmica?

Após primeiro dia de provas do Enem 2021 o Presidente Jair Bolsonaro falou com seus apoiadores e repórteres sobre o exame. A aplicação do exame nesse ano acontece em meio a diversas falas polêmicas do governo.

Bolsonaro fala em ideologia no Enem; descubra qual questão o presidente se refere
Bolsonaro fala em ideologia no Enem; Bolsonaro fala em ideologia no Enem; por que prova gera tanta polêmica? (Imagem: FDR)

Dias atrás o Presidente Bolsonaro deu a seguinte declaração:

“o Enem começa a ter a cara do governo”, dias depois o Ministro da Educação acabou tento que explicar essas afirmações e negar interferência no exame.

No primeiro dia de provas, último domingo, 21, os participantes responderam às questões de linguagens, ciências humanas e literatura e também produziram uma redação.

Nas provas foi possível encontrar questões sobre o meio ambiente, população indígena e temas sociais.

Como de costume, no Enem sempre são utilizados trechos de canções ou textos para contextualizar a pergunta.

Nessa edição a escolha foi pela canção Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho, e uma charge do cartunista Henfil.

Ideologia de Gênero no Enem 2021?

Em diversos momentos o Presidente já havia afirmado que não gostaria de questões com ideologia de gênero no exame, o que foi apoiado muitas vezes pelo Ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Na edição de 2020 o Presidente questionou, por exemplo, uma questão que comparava os salários dos jogadores de futebol Marta e Neymar.

“Você vê as provas do Enem, o banco de questões do Enem não é do meu governo, é de governos anteriores. Tem questões ridículas ainda, tratando do assunto, comparando mulher jogando futebol e homem: “Porque que a Martha ganha menos que o Neymar?”.

Nessa edição, a ideia do Governo Federal seria impedir que questões como essa fossem utilizadas. Mas, como fazer isso sem interferir diretamente na elaboração da prova?

É exatamente esse o ponto levantado, quanto a isso Bolsonaro alegou que não teve nenhuma interferência e completou:

“Estão acusando aí o ministro Milton [Ribeiro, da Educação] de ter interferido na elaboração das provas. Olha, se ele tivesse essa capacidade e eu, não teria nenhuma questão de ideologia neste Enem agora, que teve ainda“, declarou Bolsonaro.

De acordo com o presidente essa “mudança” nas questões do exame não seria tão fácil, pois, seria necessário montar um novo Banco de Questões, o que não foi feito nesse ano.

“Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores, você é obrigado a aproveitar isso aí. Agora, dá para mudar? Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente, com tal perfil. Não existe isso aí”, completou ele.

O Presidente não informou sobre quais questões em específico estava se referindo.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.